Juros no crédito à habitação subiram para 1,144% em Setembro
Prestações mensais aumentaram em média quatro euros, para 272 euros.
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação em Portugal foi 1,144% em Setembro, subindo 13,3 pontos base, ou 0,133 pontos percentuais, face a Agosto (1,011%), indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quinta-feira.
Nos contratos celebrados nos últimos três meses (Junho e Agosto de 2022), a taxa de juro subiu de 1,523% em Agosto para 1,775% em Setembro, sendo que o capital médio em dívida das famílias aumentou em 339 euros, para 61.089 euros.
Se olharmos apenas para os novos contratos, o montante médio em dívida foi 130.872 euros, mais 2780 euros do que em Agosto.
Quanto aos encargos mensais da totalidade dos contratos de crédito, o INE refere que a prestação média subiu quatro euros, para 272 euros.
Trata-se de um aumento de 14,8% em termos nominais relativamente a Setembro do ano passado. "Deste valor, 58 euros (21%) correspondem a pagamento de juros e 214 euros (79%) a capital amortizado”, detalha o INE.
Para os contratos dos últimos 3 meses, houve um agravamento de 26 euros no valor médio da prestação, para 471 euros.
Os juros no crédito à habitação continuam assim a reflectir o andamento das taxas Euribor, que têm vindo a subir de forma muito acentuada nas últimas semanas, aumentando a taxa de esforço das famílias com os compromissos assumidos com os bancos.
Outra das consequências da subida das taxas é a redução dos montantes de crédito que podem ser atribuídos, já que quanto mais altos forem os juros, mais cresce a taxa de esforço que os bancos são obrigados a considerar na aprovação dos empréstimos.
Num cenário de subida da inflação e perda de rendimentos, é provável que muitos portugueses se vejam impedidos de comprar casa, já que, pelas regras actuais, há que garantir pelo menos 10% do valor da aquisição do imóvel e todas as despesas administrativas relativas à operação.