Benfica andou perdido nas Caldas, mas saiu vivo da Mata

O Caldas, equipa da Liga 3, ofereceu uma excelente réplica, mas as “águias” garantiram a qualificação para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal no desempate por grandes penalidades.

Musa marcou o único golo do Benfica no tempo regulamentar
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Musa marcou o único golo do Benfica no tempo regulamentar EPA/JOSE SENA GOULAO
Os adeptos do Caldas fizeram a festa
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Os adeptos do Caldas fizeram a festa LUSA/JOSE SENA GOULAO

Foram 120 minutos muito sofridos e, em muitos momentos, o Benfica pareceu estar perdido no Campo da Mata. No entanto, no desempate por grandes penalidades, os “encarnados” encontraram o rumo certo na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal. Frente a um competente Caldas, que continua sem perder em 2022/23, as “águias” estiveram a vencer na segunda parte – golo de Petar Musa -, mas um erro de António Silva permitiu que o Caldas, da Liga 3, obrigasse o Benfica a decidir a qualificação nos penáltis, onde soube ser mais competente.

A abordagem de Roger Schmidt ao seu primeiro jogo na Taça de Portugal deixou evidente que o alemão não iria desvalorizar a segunda principal competição a nível nacional, mas Schmidt tinha também deixado no ar a possibilidade de fazer várias alterações, com André Almeida e João Victor a surgirem na pole position para entrarem no “onze”. Porém, cerca de uma hora antes do início da partida, o anúncio das equipas surpreendeu pela escassez de alterações nas “águias”.

Quatro dias depois de um intenso duelo com o PSG e tendo nos dez dias seguintes dois confrontos que podem ter um peso importante na época “encarnada” - FC Porto para a I Liga; Juventus para a Champions -, Schmidt mexeu na baliza (Helton Leite foi titular), mas na defesa a única novidade relevante foi a titularidade de Brooks.

O mais surpreendente foi, porém, a repetição do meio-campo em relação ao jogo de Paris – Aursnes voltou a jogar na esquerda. No ataque, estavam as principais mudanças: Draxler tentou fazer de Rafa; Rodrigo Pinho ganhou o duelo com Musa e jogou no lugar de Gonçalo Ramos.

Bola ao poste

Mesmo não desvalorizando uma equipa da Liga 3, o Benfica viu-se desde cedo em apuros no Campo da Mata. Sem mexer na equipa habitual - apenas Wilson Soares entrou para o lugar de Luís Paulo na baliza -, o Caldas entrou em campo disposto a jogar olhos nosso olhos com o Benfica e, desde o apito inicial, as “águias” sentiram dificuldades em organizar o seu jogo ofensivo.

Com jogadores nos flancos com pouca capacidade de explosão - João Mário e Aursnes - e Draxler longe da sua melhor forma, o Benfica raramente conseguia criar desequilíbrios na defesa do Caldas e, na primeira parte, foi a equipa da casa que teve a melhor oportunidade de perigo: aos 38’, João Silva rematou de longe e, com uma grande defesa, Helton Leite desviou a bola para o poste.

Com a equipa claramente inoperante, Schmidt teve que mexer ao intervalo na sua equipa fazendo uma dupla alteração. Se na frente de ataque a troca do apagado Rodrigo Pinho por Musa apenas trazia mais mobilidade, a entrada de Diogo Gonçalves para o lugar de Florentino tinha mais impacto táctico: Aursnes passou para o meio e o Benfica ganhou largura no ataque.

As substituições e uma postura mais agressiva dos “encarnados” não demoraram a surtir efeitos. Pouco depois do recomeço, João Mário assistiu Musa que, após uma boa jogada individual, rematou cruzado para o fundo da baliza caldense.

Erro de António Silva

O mais difícil parecia estar conseguido pelas “águias” e, nos instantes seguintes, Musa teve um par de boas oportunidades para bisar. Com o Caldas a fraquejar fisicamente, a eliminatória parecia sentenciada e o Benfica mais perto do segundo: Grimaldo acertou no poste, aos 73’. No entanto, na jogada seguinte, o jogo voltou a mudar. Numa jogada aparentemente inofensiva, António Silva perdeu o controlo da bola e estendeu uma passadeira a Gonçalo Barreiras. Na cara de Helton, o médio que na época passada jogou no segundo escalão da AF Leiria fez o empate.

A partir daí, o Caldas recuou e o Benfica passou a jogar em permanência no campo do rival, mas a equipa da Liga 3, mesmo em dificuldade, resistiu até ao final do tempo regulamentar e, ainda nos 30 minutos extras.

Com tudo por decidir no desempate por grandes penalidades, o jackpot saiu a Roger Schmidt: apenas Clemente, do Caldas, falhou (remate por cima), oferendo ao Benfica o passaporte para a ronda seguinte.

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