JMJLisboa2023: obras em fase adiantada mas sem estimativa final de custo
O vice-presidente da CML fez um ponto de situação sobre as obras que estão em curso no Parque Tejo-Trancão para acolher o evento principal, e de algumas possíveis localizações para receber eventos.
As obras para acolher a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023 “estão numa fase adiantada”, mas não existe ainda uma estimativa final para o investimento e para o número de participantes, indicou nesta sexta-feira o vice-presidente da Câmara de Lisboa.
O ponto de situação da preparação deste evento católico, que vai decorrer entre 01 e 06 de Agosto de 2023 e que abrange também terrenos do concelho vizinho de Loures, foi feito nesta sexta-feira à tarde durante uma reunião da subcomissão da Assembleia Municipal de Lisboa dedicada à JMJLisboa2023.
Durante a sessão, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), deu conta aos deputados municipais das obras que estão em curso no Parque Tejo-Trancão, para acolher o evento principal, e de algumas possíveis localizações para receber eventos.
“Os trabalhos no terreno que são da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa estão hoje já num estado de avanço muito grande. Já com a preparação do terreno, com a definição dos caminhos, separação das áreas. Portanto, a Câmara Municipal de Lisboa e a SRU [Sociedade de Reabilitação Urbana] têm feito um trabalho extraordinário”, apontou o autarca.
Filipe Anacoreta Correia referiu que a formalização do acordo entre todas as partes envolvidas na realização da JMJLisboa2023 será feita “dentro de dias”, adiantando que a Câmara de Lisboa já definiu quais são os compromissos que irá assumir.
Segundo transmitiu o autarca, o município de Lisboa ficará responsável pela criação de algumas infra-estruturas básicas, nomeadamente água, electricidade e rede móvel, pela construção do altar, de uma ponte pedonal (EMEL) e por assumir metade do custo da colocação de uma ponte militar, que ligará as margens do Trancão, com o concelho de Loures.
Já as despesas com a colocação de ecrãs e de casas de banho ficarão a cargo do Governo, assim como matérias relacionadas com a Mobilidade, Saúde e Segurança.
No que diz respeito ao investimento global da Câmara de Lisboa na realização deste evento, que a autarquia considera que “tratará bastante visibilidade e notoriedade” à cidade, Filipe Anacoreta Correia recusou avançar esta tarde com números, afirmando, de forma taxativa, que “as contas só serão feitas no final”.
“Eu sei que é um aspecto sexy e uma vontade de estabelecermos montantes globais, mas da parte do executivo somos prudentes e faremos as contas no final. Não estamos aqui muito empenhados em dizer que vamos fazer este ou aquele investimento e que o montante global é este ou aquele. As estimativas podem estar longe da realidade”, justificou.
No entanto, em declarações feitas há um mês à agência Lusa, o autarca, que tem a competência executiva de preparação e organização da JMJLisboa2023, tinha estimado um investimento por parte do município de Lisboa de mais de 30 milhões de euros.
Por seu turno, numa visita realizada na segunda-feira à sede da JML, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), adiantou que o investimento da autarquia “pode ir até aos 35 milhões de euros”.
Durante a sessão de hoje, o vice-presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que, neste momento, ainda não existem dados concretos sobre o número de participantes neste evento, uma vez que “as inscrições ainda não estão abertas”.
Além do Parque Tejo-Trancão, na zona do Parque das Nações, existem outros locais já pensados para acolher eventos da JMJLisboa2023, nomeadamente o Parque Eduardo VII, Alameda, Belém e Terreiro do Paço, em Lisboa, e também no concelho de Cascais, onde está prevista a realização de um encontro reservado entre o Papa Francisco e voluntários.
Na quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um reforço de 20 milhões de euros de euros, mais IVA, para a organização da JMJLisboa2023, segundo adiantou à agência Lusa fonte do gabinete da ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
A mesma fonte esclareceu que foi aprovada uma alteração à Resolução do Conselho de Ministros relativa à organização da JMJ que compete ao Governo, “reforçando as competências do grupo de projecto para a JMJ 2023 e garantindo a capacidade financeira para fazer face às novas responsabilidades que o Governo teve de assumir”.
O reforço aprovado (20 milhões de euros, mais IVA) eleva, assim, a estimativa dos custos da responsabilidade do Governo para 36,5 milhões de euros.
De acordo com o gabinete da ministra, estas contas não incluem ainda custos com segurança, mobilidade, saúde, entre outras, “uma vez que as inscrições para o evento abrem apenas nas próximas semanas e tudo dependerá do total de participantes”.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude.