Cristiano Ronaldo e a furiosa meritocracia do futebol
A um extraordinário jogador pode perdoar-se que jogue mal durante dois ou três jogos, mas ninguém perdoa que jogue mal durante dois ou três meses. A brutal crueldade dessa regra é proporcional à dimensão dos salários das grandes estrelas desportivas.
Na semana passada o meu Facebook dividiu-se. Não foi por causa de Lula ou Bolsonaro, nem de Putin ou Zelensky, nem de Alcochete ou Santarém – foi por causa de Cristiano Ronaldo. Após o jogo da selecção portuguesa contra a Espanha, formaram-se dois blocos. O bloco 1 era selvagem: Cristiano Ronaldo está velho, vai sendo hora de arrumar as botas, e se quer representar a selecção tem de começar no banco. O bloco 2 tinha sentimentos: Cristiano Ronaldo é um jogador que deu tudo por Portugal nas últimas duas décadas, é o maior marcador de todos os tempos em jogos de selecções, e os portugueses são uns ingratos por lhe virarem as costas numa altura em que está em baixo de forma.
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