Na noite de sábado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) desencadeou uma operação na cidade de Braga que culminou na identificação de 39 casuals do Benfica que, apurou o PÚBLICO, tinham combinado confrontos com adeptos radicais ligados às claques do Sp. Braga. A marcação de confrontos entre membros de claques não é de todo incomum, mas, neste caso, a polícia conseguiu antecipar os movimentos dos hooligans e impedir que fossem replicadas cenas de violência.

Esta força policial identificou a iminência de confrontos na cidade de Braga — poucas horas após o jogo entre V. Guimarães e Benfica no D. Afonso Henriques — entre as duas facções de adeptos, mobilizando rapidamente os efectivos necessários para interceptar e neutralizar os 39 hooligans “encarnados” à chegada ao centro histórico da cidade minhota. Alguns destes agentes, apurou o PÚBLICO, tiveram de fazer horas extraordinárias para garantir o apoio necessário a esta operação, que contou com operacionais de Braga, Guimarães, Porto e Lisboa.

O grupo de casuals do Benfica foi seguido atentamente desde Guimarães: como é habitual nesta subcultura, estes adeptos evitam o uso de adereços dos clubes e deslocam-se, na grande maioria das vezes, em viaturas particulares, procurando fugir ao controlo das autoridades.

O grupo foi interceptado após ter deflagrado engenhos pirotécnicos e encaminhado para as instalações da PSP. Nas imagens partilhadas nas redes sociais por pessoas que frequentavam as ruas do centro de Braga, é possível ver uma coluna de homens vestidos de preto com as mãos na cabeça a serem acompanhados pelos agentes.

Foi a própria PSP a avançar, em comunicado assinado pelo Comando Distrital de Braga e enviado às redacções na madrugada de domingo, que se registaram pelas 23h45 “deflagrações de engenhos pirotécnicos levadas a efeito por um grupo substancial de jovens vestidos de negro, enquanto entoavam cânticos”. A PSP adianta ainda que se instalou “alarme e pânico nas pessoas que frequentavam os espaços de lazer daquela área”.

“A pronta intervenção policial, através dos meios que se encontravam na cidade de Braga, reforçados por outros que se deslocaram de Guimarães, permitiu interceptar o grupo, sendo posteriormente conduzido às instalações do Comando Distrital da PSP de Braga, onde foram identificados todos os elementos, para elaboração do correspondente auto”, concluiu a PSP.

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No Name Boys nos confrontos de Agosto

No jogo do passado sábado entre V. Guimarães e Benfica, estavam ainda vivas as memórias dos confrontos do mês de Agosto. Em véspera de jogo para a Liga Conferência Europa entre os vimaranenses e os croatas do Hajduk Split, mais de uma centena de hooligans provocaram o caos nas ruas de Guimarães, arremessando engenhos pirotécnicos contra pessoas em esplanadas e cafés. Muitas tiveram de se refugiar no interior de estabelecimentos para fugir à violência.

No total, foram identificados 154 adeptos — 23 dos quais portugueses — pela PSP. Estas duas dezenas de adeptos portugueses foram ligados aos No Name Boys, grupo de adeptos com ligação ao Benfica. Este grupo de adeptos tem uma ligação antiga de amizade com a claque Torcida Split, principal grupo de apoio do Hajduk.

Seriam os portugueses a auxiliar os adeptos croatas no planeamento logístico dos actos de violência, acompanhando-os na cidade de Guimarães e, posteriormente, numa viagem até ao Porto em autocarros alugados. Foi já na cidade portuense que a polícia parou os autocarros e identificou os adeptos.

Sete pessoas identificadas antes do Famalicão-Boavista

Outro dos jogos com potencial de violência desta jornada foi o Famalicão-Boavista: cerca de 20 minutos antes do apito inicial, registaram-se confrontos e agressões entre dois grupos de adeptos. As imagens partilhadas nas redes sociais mostram o arremesso de cadeiras numa esplanada.

Em comunicado citado pela agência Lusa, a PSP confirmou a identificação de sete adeptos, dando ainda conta do registo de danos a um estabelecimento na zona onde decorreram as altercações.