Como funcionam as eleições italianas? E o que dizem as sondagens?
Mais de 50 milhões de eleitores deslocam-se às urnas neste domingo para escolher os membros da Câmara dos Deputados e do Senado.
Quem vota?
O universo eleitoral italiano é hoje de 51,4 milhões de pessoas. Destas, 4,1 milhões, que têm entre 18 e 24 anos, podem pela primeira vez votar para o Senado. A idade mínima de voto para a câmara alta era de 25 anos e passa agora a ser de 18 anos, como já acontecia na Câmara de Deputados.
Para escolher o quê?
Os italianos vão votar para escolher os membros da Câmara dos Deputados e do Senado. Depois da reforma para reduzir o número de parlamentares, serão eleitas 600 pessoas: 400 para a Câmara dos Deputados, 200 para a câmara alta do Parlamento.
Quem se candidata?
Há um total de 4746 candidatos em todo o país, mas as candidaturas são mais – 6347 – porque a lei eleitoral permite que se seja candidato num círculo uninominal e em cinco círculos plurinominais.
A lei prevê que nenhuma lista possa ter mais de 60% de homens ou de mulheres; num país onde as mulheres estão sub-representadas em todas as posições de topo, há 44,3% de candidatas.
Um em cada sete candidatos tem menos de 40 anos e são 1762 os candidatos com experiência anterior em governos nacionais, Parlamento e nos conselhos regionais e autárquicos.
Como se vota?
O processo de escolha dos candidatos já mudou várias vezes, o que costuma gerar alguma confusão. O que nunca muda são os dois boletins de voto, um cor-de-rosa para a Câmara e um amarelo para o Senado, que cada eleitor vai receber na mesa de voto, ambos com uma dimensão considerável e dobrados em quatro.
Desta vez é preciso assinalar o rectângulo com o símbolo da lista desejada e os nomes dos candidatos para os colégios plurinominais.
Como se é eleito?
A actual lei eleitoral, Rosatellum, em vigor desde 2017, determina que 37% dos lugares sejam determinados através de um sistema maioritário, first-past-the-post, o que significa que um candidato ganha se tiver mais votos do que os adversários, e não uma maioria dos votos. Os restantes são atribuídos através do sistema proporcional, com listas fixas.
O que dizem as sondagens?
As últimas sondagens disponíveis, publicadas no dia 9 de Setembro, não apresentavam grandes diferenças. A do instituto Ipsos, por exemplo, atribuía 25,1% ao Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, e colocava o Partido Democrático em segundo, com 20,5%.
Seguia-se o Movimento 5 Estrelas, com 14,5% das intenções de voto, seguido pela Liga, com 12,5%. O Força Itália, de Silvio Berlusconi, surgia com 8%, enquanto o Terceiro Pólo, que soma os centristas liberais do Acção ao Itália Viva, de Matteo Renzi, somava 6,7%.
Em seguida estava a aliança Esquerda Italiana e Europa Verde, com 3,4%; o Italiexit, com 3%; acima do Empenho Cívico e do +Europa.
Os dados do Ipsos apontavam ainda para uma taxa de 10,1% de indecisos e previam uma abstenção de 33,4%.
No embate entre a coligação de direita e extrema-direita, por um lado, e o centro-esquerda (Partido Democrático e algumas pequenas formações), por outro, a primeira somava 45,6% dos votos, quase mais 20 pontos percentuais do que o centro-esquerda, com 27,2%.