Técnico acusa federação de usar “estratagema” para despromover o clube
O clube de Lisboa interpôs uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para impedir o início do campeonato de râguebi.
O Técnico interpôs uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para impedir o início do campeonato português de râguebi, previsto para 8 de Outubro, revelou o presidente do clube à agência Lusa.
“A providência cautelar deu entrada no TAD, tendo em vista impedir o início do campeonato sem o Técnico”, revelou Pedro Lucas.
Na terça-feira, a Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) publicou no seu site oficial o calendário do Top 10, nova designação para o primeiro escalão competitivo nacional, sem o Técnico, apesar de o TAD ter anulado, em Agosto, a desclassificação do clube e a despromoção ao terceiro escalão.
Ainda hoje, os ‘engenheiros’ divulgaram um comunicado no qual prometem responsabilizar a Federação Portuguesa de Râguebi “pelos imbróglios sucessivos em que se está a meter”.
“Podem levar ao adiamento ‘sine die’ da próxima época, assim como a um inevitável pagamento de avultadas indemnizações. A direcção do Técnico não tem qualquer dúvida de que tem a razão do seu lado”, afirma o clube das Olaias.
No documento, o Técnico acusa ainda a direcção da FPR de encontrar um “estratagema” para despromover o clube “a todo o custo”, ao apressar-se “sem qualquer sentido ou independência, a não aceitar o pedido de revogação” da desfiliação da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST).
Em 25 de Agosto, a FPR informou, em comunicado, que a AEIST “comunicou no passado dia 10 de Agosto de 2022 que deixou de ser filiada” no organismo.
Os ‘engenheiros’ afirmam que a carta de desfiliação envidada pela AEIST “teve origem no incumprimento do regulamento da FPR pela sua direcção” e lembram que “foi prontamente revogada pela AEIST”, o que a direcção da FPR não aceitou.
“Ou seja, a direcção da FPR, após ser dada total razão ao Técnico em Tribunal, retalia de imediato com uma desfaçatez hipócrita e impedindo um clube com mais de 60 anos de existência e campeão nacional [em 2021] de fazer parte das provas da mesma federação, que devia ter como missão principal defender os seus clubes associados”, acusa o Técnico.
Em 20 de Abril, o Conselho de Disciplina da FPR considerou procedente um protesto do CDUL que alegava que o Técnico tinha utilizado nove jogadores de forma irregular no encontro entre as duas equipas, em 23 de Março, infringindo o artigo 37.º, n.º 1 a) do Regulamento de Disciplina.
Dez dias depois, em 30 de Abril, a direcção da FPR decidiu aplicar a decisão do CD, após receber um recurso do Técnico, desclassificando os, então, ainda campeões nacionais e despromovendo-os ao último escalão competitivo português.
O Técnico recorreu para o Conselho de Justiça da FPR, que, em 06 de Maio, considerou improcedente o recurso, num despacho em que revelava, ainda, que os ‘engenheiros’ teriam já recorrido da decisão também junto do TAD.
Em 18 de Agosto, de acordo com informação avançada pelo Técnico, o TAD anulou as decisões da direcção da FPR e do seu Conselho de Disciplina, mas o organismo que superintende a modalidade em Portugal anunciou, no mesmo dia, que “deverá recorrer” para as instâncias superiores.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os ‘engenheiros’ somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).