Dabiz Muñoz outra vez em primeiro, Espanha lidera prémios The Best Chefs
Portugal tem três representantes nos 100 melhores chefs do mundo: Henrique Sá Pessoa, José Avillez e o austríaco já muito algarvio Hans Neuner.
Pelo segundo ano consecutivo, confirma-se: o espanhol Dabiz Muñoz é, novamente, o Melhor Chef do Mundo, de acordo com os 350 votantes dos prémios The Best Chef Awards, apresentados numa cerimónia na noite de terça-feira, dia 20, no Palacio de Cibeles, em Madrid. Na sua sexta edição, os prémios apresentaram a nova lista dos 100 melhores chefs do mundo, com os portugueses Henrique Sá Pessoa (Alma, Lisboa) e José Avillez (Belcanto, Lisboa) nos 70º e 80º lugares (desceram do 38º e do 44º), respectivamente, e o chef austríaco a viver em Portugal Hans Neuner (Ocean, Porches, Algarve) na 62ª posição (em 2021 estava no 50º lugar).
Ao contrário de outros prémios, o The Best Chef Awards centra-se na figura do chef e não tanto no restaurante ou no país. Todos os anos há uma lista proposta de 100 novos candidatos — que este ano incluiu outro português, João Oliveira (Vista, Portimão, Algarve), que acabou por não integrar o ranking final.
No top 10 houve algumas alterações: os nomes são quase os mesmos do que em 2021, mas a ordem foi alterada. Dabiz Muñoz (DiverXO, Espanha) manteve-se em primeiro, mas René Redzepi (Noma, Dinamarca) subiu do 5º para o 2º (já esteve no 1º anteriormente), Joan Roca (El Celler de Can Roca, Espanha, que já ocupou o primeiro lugar duas vezes) do 4º para o 3º, Massimo Bottura (Osteria Francescana, Itália), do 16º para o 4º, e Andoni Luis Aduriz (Mugaritz, Espanha) passou do 3º para o 5º. Ou seja, entre os cinco primeiros lugares há três chefs espanhóis, no que continua a ser um reconhecimento da excelência da moderna cozinha de Espanha (a gala em Madrid é mais uma prova da aposta espanhola nesta frente).
Em 6º lugar (desceu da 2ª posição, tendo já no passado ocupado a primeira) surge o sueco Björn Frantzén (do restaurante com o seu nome, em Estocolmo), seguido pelo Disfrutar, de Barcelona (com três chefs, Mateu Casañas, Oriol Castro e Eduard Xatruch), o francês Alain Passard (L’Arpège, Paris), Ana Ros (Hisa Franko, Eslovénia), no 9º lugar, e o brasileiro Alex Atala (D.O.M., de São Paulo) a fechar o top.
Para além do renovado top 100, o The Best Chef Awards entregou 12 prémios especiais, que, curiosamente, também destacaram Dabiz Munõz, que conquistou o Best Chef votado por profissionais e The Best Chef City Gourmet Award. Da mesma forma, Ana Ros foi distinguida com o The Best Chef Pristine Award. A Melhor Nova Entrada foi para Riccardo Camanini (Lido 84, Itália), o prémio Rising Star coube a Jessica Rosval da Casa Maria Luigia (Modena, Itália) e o prémio Inovação foi para o australiano Josh Niland. A Melhor Experiência de Jantar foi para Anne-Sophie Pic (Pic, França) e o prémio da Food Art coube a um asiático, o japonês Natsuko Shoij (Éte, Tóquio).
A Academia Madrilena de Gastronomia apoia o prémio que distingue o chef mais empenhado em trabalhar com a ciência, entregue a Andoni Aduriz, enquanto o Best Chef Legend Award, ou seja, o prémio carreira, foi para Pierre Koffmann (Tarbes, França), o prémio Pizza foi conquistado por Franco Pepe (Pepe in Grani, Itália) e o prémio de Pastelaria foi para Antonio Bachour (Bachour, EUA).
O júri dos prémios é composto pelos 100 chefs do ranking vigente, mais os 100 novos candidatos e ainda 150 peritos, entre jornalistas, críticos e gastrónomos. O objectivo, explica o comunicado da organização, é “estabelecer vínculos a nível mundial entre os melhores pensadores e líderes do universo gastronómico e a alta cozinha”, “o foco é o chef, as suas inquietações, a sua aproximação à cozinha e o que o faz destacar entre os que o rodeiam”. Por isso, não basta cozinhar bem, conta igualmente “a criatividade, a inteligência, a paixão, a inovação, a sustentabilidade, o uso da tecnologia e da ciência, e o impacto social positivo através da cozinha”.