Europa aprova mais uma vacina contra a covid-19 adaptada a subvariantes da Ómicron

Este Inverno haverá uma vacina adaptada à sublinhagem BA.4 e BA.5, bem como a BA.1. Espera-que estas novas vacinas, concebidas para serem usadas só como dose de reforço, desencadeiem uma resposta imunitária mais forte

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Portugal já começou a campanha de vacinação, dando prioridade aos maiores de 80 anos António Pedro Santos/LUSA

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deu luz verde uma nova vacina contra a covid-19 adaptada a duas outras subvariantes da Ómicron, as designadas BA.4 e BA.5, fabricadas pela Pfizer-BioNtech. São diferentes da vacina autorizada no início deste mês, que estava adaptada a outra sublinhagem, a BA.1. A ideia é poder ter campanhas de vacinação adaptadas à variante em circulação num país.

“Esta recomendação vai aumentar mais o arsenal de vacinas disponíveis para proteger as pessoas contra a covid-19, pois a pandemia continua e antecipa-se que surjam novas vagas de infecções na estação fria”, diz a EMA, em comunicado. Caberá agora à Comissão Europeia autorizar a vacina, com base na recomendação da EMA.

A vacina agora aprovada tem 15 microgramas de ARN mensageiro (ARNm) que codifica a produção da proteína da espícula do vírus SARS-coV-2 (os picos que o vírus tem à superfície) e 15 microgramas de ARNm que dão a ordem às nossas células para fabricar a proteína da espícula das subvariantes BA.4 e BA.5, que são ligeiramente diferentes da original.

O que se espera é que estas novas vacinas, concebidas para serem usadas só como dose de reforço, desencadeiem uma resposta imunitária mais forte e mais adaptada às subvariantes do vírus SARS-CoV-2 em circulação numa determinada população.

Para maiores de 12 anos

Estão indicadas para pessoas acima de 12 anos, que tenham recebido a vacinação primária para a covid-19 (as duas doses iniciais) embora a recomendação seja de que, pelo menos nesta fase, seja dada prioridade quem corre maiores riscos de sofrer de uma forma grave da doença, como as pessoas mais velhas. Em Portugal, a campanha de vacinação já arrancou, em conjunto com a vacinação contra a gripe, e a prioridade é dada às pessoas com 80 ou mais anos de idade e com comorbilidades que as tornem mais susceptíveis à covid-19.

A nova vacina agora aprovada, diz a EMA, é fundamental para a estratégia de luta europeia contra a covid-19. “Em conjunto com a vacina bivalente com a versão original do vírus e a subvariante BA-1 recentemente aprovada, espera-se que esta nova vacina adaptada ajude a manter um nível de protecção óptimo contra a covid-19, acompanhando a evolução do vírus”, diz o comunicado.

Armas adequadas aos riscos

O objectivo é ter armas adequadas aos riscos, diz a EMA. “Pretende-se ter um amplo leque de vacinas adaptadas a diferentes variantes do SARS-Cov2, para que os Estados-membros possam ter várias opções para ir de encontro às suas necessidades, quando organizam as suas campanhas de vacinação”.

Ou seja, se a variante predominante num país for a BA.4 ou a BA.5, a imunização far-se-á com a vacina agora aprovada. Se for a BA.1, será com as vacinas aprovada a 1 de Setembro (tanto da Pfizer-BioNtech como da Moderna). “Isto é um elemento-chave na estratégia global de combate à pandemia, pois não é possível prever como é que o vírus vai evoluir no futuro e quais as variantes que estarão a circular neste Inverno”, diz ainda a EMA.

É preciso é garantir que os fabricantes têm capacidade para fornecer rapidamente uma ou outra versão das vacinas. Um comunicado da BioNtech assegura que sim. “Se a Comissão Europeia seguir as recomendações apresentadas hoje [segunda-feira], os cidadãos da UE terão acesso a vacinas adaptadas à Ómicron antes do início do Inverno”, afirmou Ugur Sahin, administrador e co-fundador da empresa alemã, que fabrica a vacina em parceria com a Pfizer. A disponibilidade pode variar nos Estados-membros em função das suas encomendas, diz o comunicado.

A Food and Drug Administration, a agência que regula o mercado dos medicamentos e dos alimentos nos Estados Unidos, já autorizou esta vacina adaptada às subvariantes BA.4 e BA.5, tanto a produzida pela Pfizer-BioNtech como a produzida pela Moderna.

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