Portugal Film Commission: Manuel Claro deixa direcção em “fim de ciclo”
A Portugal Film Commission foi criada em 2019 para “promover sinergias entre as indústrias criativas e o turismo”, dar visibilidade ao destino Portugal” e promover o país “como um destino internacional de produção de filmagens”.
O até aqui director da Portugal Film Commission, Manuel Claro, pediu a exoneração do cargo, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Cultura. Em comunicado, “o Ministério da Cultura informa que Manuel Claro solicitou a exoneração das suas funções enquanto director da Portugal Film Commission (PFC), por motivos de ordem pessoal”, com efeitos a partir de segunda-feira.
Contactado pela Lusa, Manuel Claro disse que “deixaram de estar reunidas as condições para continuar a desempenhar a função” e que se trata de “um fim de ciclo” na PFC, para que alguém novo possa agora “repensar e pensar a estratégia” de Portugal no mercado.
A PFC foi criada em 2019, enquanto grupo de projecto destinado a “promover sinergias entre as indústrias criativas e o turismo”, dar visibilidade ao destino Portugal” e à “melhoria da experiência turística” e promover o país “como um destino internacional de produção de filmagens”. A estrutura de missão da PFC tinha uma duração de três anos - contando a partir de Maio de 2019 até Maio de 2022 -, mas o Governo aprovou, em Julho, um prolongamento e uma alteração de competências até Dezembro.
A PFC, que está na dependência conjunta das tutelas da Economia e da Cultura, era até aqui liderada por Manuel Claro, enquanto “film commissioner”, contando com direcção executiva de Sandra Neves, que se mantém em funções.
Em Maio, fonte do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) revelava à Lusa que o Governo estava a preparar “uma solução” para responder à “enorme procura” de Portugal como destino de filmagens, porque já tinha esgotado o orçamento deste ano de incentivos fiscais a produções estrangeiras.
Quando assumiu funções em Maio de 2019, Manuel Claro disse à Lusa que a PFC teria três anos para definir um modelo de gestão e, ao mesmo tempo, promover o país como destino de filmagens, em ritmo “contra-relógio” e “sem margem para erros”.
No fim de Julho, em entrevista ao jornal PÚBLICO, Manuel Claro reconheceu que Portugal estava, neste campo, num “momento absolutamente decisivo”.
“Entrámos com uma força gigante neste mercado altamente competitivo e estamos a ter resultados objectivamente muito bons. Este é o ‘momento charneira’ para discutir e decidir o que queremos em termos estratégicos para o país neste sector. Queremos continuar a ser competitivos?”, perguntou.