Amadora BD sob o signo da emigração, mundo rural e feminismo
A 32.ª edição do festival de banda desenhada e cartoons decorre entre 20 e 30 de Outubro e enquadra-se na agenda da Temporada Cruzada Portugal-França.
A emigração portuguesa, o mundo rural e a visibilidade feminina são temas em destaque no Amadora BD 2022, que tem a relação Portugal-França como tema central, revelou esta quinta-feira a organização em conferência de imprensa.
A 32.ª edição do festival de banda desenhada e cartoons decorre entre 20 e 30 de Outubro e enquadra-se na agenda da Temporada Cruzada Portugal-França, um programa de intercâmbio cultural que une os dois países e termina em Outubro.
Nesse âmbito, destacam-se as exposições Armazém Central, de Régis Loisel e Jean-Louis Tripp, que “relata a vida dos habitantes da pequena paróquia de Notre-Dame-des-Lacs"; Os Portugueses, de Oliver Afonso & Chico, que conta “a vida aventureira dos emigrantes num bairro de lata nos arredores de Paris"; e 4 Quartos (e são nossos!), em que as autoras Blanche Sabbah, Elléa Bird, Joana Mosi e Patrícia Guimarães abordam a visibilidade feminina - Patrícia Guimarães inspirou-se na jornalista, escritora e activista pelos direitos das mulheres Maria Lamas para contar “histórias diferentes” e interessa-lhe, como explicou à Lusa, “mostrar que uma feminista pode ser um símbolo de resistência e de luta diária, como a minha mãe ou uma empregada doméstica”.
A directora do Amadora BD, Catarina Valente, assinalou a parceria entre Portugal e França para projectar autores portugueses no mercado francês, aproveitando a cooperação em curso com o festival de banda desenhada de Lyon e que se estende no próximo ano. “Muitas edições que saem em Portugal são adaptações de obras francesas, mas falta a produção portuguesa em França”, resumiu, querendo tornar o Amadora BD numa “plataforma de lançamento”.
O evento deste ano vai contar com a presença inédita na Europa do ilustrador da Marvel e co-criador de Os Novos Mutantes Bob McLeod, que assinala os 60 anos do Homem-Aranha, um espaço dedicado à obra portuguesa premiada Balada para Sophie, uma colaboração entre os autores Filipe Melo e Juan Cavia, e uma mostra artística do humorista Hugo van der Ding.
Ao todo, são 13 exposições espalhadas por três pontos da Amadora: a Galeria Artur Boal, a Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos e o Ski Skate Park, local que Catarina Valente descreve como a “cidade da banda desenhada” e que será o ponto central do festival, que contará pela primeira vez com uma zona dedicada a videojogos, para além de uma área comercial e alimentar.