Hungria assina acordo com Gazprom para aumentar fornecimento de gás da Rússia

Ao contrário dos países europeus que tentam diminuir a dependência do gás natural russo, o Governo húngaro contratou mais 5,8 mil milhões de metros cúbicos.

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O governo de Viktor Orban continua a opor-se a quaisquer sanções da UE ao gás natural da Rússia Reuters/BERNADETT SZABO

A Hungria assinou, esta quarta-feira, um acordo com a empresa estatal russa de energia Gazprom para receber cerca de 5,8 mil milhões de metros cúbicos extras de gás natural por dia, juntamente com a quantidade que já recebia anteriormente. Zoltan Kovacs, porta-voz internacional do Governo húngaro, deu a conhecer o novo acordo através do seu Twitter e sublinhou que “o fornecimento de energia da Hungria é seguro”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria também anunciou o acordo com a Gazprom numa publicação no Facebook durante um intervalo de uma reunião com os seus homólogos da União Europeia. Péter Szijjártó especificou que, em Setembro e Outubro, o gás natural extra chegará ao seu país por via da Sérvia e que o acordo entre os dois países poderá prolongar-se a longo prazo.

Nesta reunião debatia-se a proibição de vistos para turistas russos em resposta à guerra na Ucrânia e Szijjártó manifestou-se contra esta possibilidade, uma vez que poderia pôr em causa o bem-estar de muitos cidadãos russos.

A empresa estatal russa de energia aumentou os seus envios de gás para a Hungria no início deste mês, mesmo quando interrompeu os fluxos para outros países europeus. O anúncio surgiu num momento em que toda a Europa procura reduzir o seu consumo e dependência do fornecimento de gás russo, numa tentativa de reduzir o financiamento que o Kremlin direcciona para a invasão da Ucrânia.

Esta quarta-feira, a Gazprom informou ainda que pretende interromper o fornecimento de gás para o gasoduto Nord Stream 1 da Europa por razões ligadas à manutenção das instalações. Acrescentou também vai suspender os envios para a empresa de gás francesa Engie “devido ao não pagamento integral das importações de Julho”.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, já havia indicado previamente que assinaria um acordo com a Rússia para garantir gás natural para o seu país sem qualquer entrave, uma vez que o seu Governo se opõe a quaisquer possíveis sanções da UE ao gás natural da Rússia.

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