Rússia interrompe temporariamente fornecimento de gás para a Europa via Nord Stream 1
Governos europeus temem que Moscovo possa prolongar a interrupção em retaliação às sanções ocidentais.
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A Rússia interrompeu nesta quarta-feira, "de forma temporária”, o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1, tendo justificado a decisão com uma alegada necessidade de efectuar trabalhos de manutenção, que se vão prolongar até ao próximo sábado, na única turbina em funcionamento e que se encontra localizada na estação de Portovaya.
A medida intensifica uma batalha económica entre Moscovo e Bruxelas e aumenta as perspectivas de uma futura recessão e racionamento de energia nalguns dos países mais ricos da região.
A interrupção no Nord Stream 1 significa que nenhum gás fluirá para a Alemanha durante três dias, entre a madrugada desta quarta-feira e a madrugada de sábado, 3 de Setembro, de acordo com a gigante estatal russa de energia Gazprom.
Dados do site da operadora do Nord Stream 1, citados pela Reuters, mostraram que os fluxos para a Europa caíram para zero durante as primeiras horas desta quarta-feira.
Os governos europeus temem que Moscovo possa prolongar a interrupção em retaliação às sanções ocidentais impostas, de acordo com o diário britânico The Guardian.
A empresa estatal de energia da Rússia já tinha comunicado, no princípio do mês de Agosto, que iria cortar o fluxo de gás através do gasoduto Nord Stream 1.
O chefe da Rede Federal de Energia da Alemanha, Klaus Müller, disse que os trabalhos de manutenção são “tecnicamente incompreensíveis” e que só podem ser entendidos como um gesto “punitivo” contra Berlim pelo apoio prestado à Ucrânia desde a invasão russa.
A Gazprom tem reduzido gradualmente o fluxo de gás através do Nord Stream 1 evocando questões técnicas como “reparação de equipamento”. Para a Alemanha trata-se de “cortes políticos” provocados propositadamente para fazer aumentar os preços da energia.
A Rússia reduziu cerca de um terço do abastecimento à Alemanha. O governo de Berlim disse, na semana passada, que a redução demonstra que o país não pode confiar no abastecimento russo, anunciando a preparação de medidas sobre um “novo tipo” de armazenamento de gás.
A Rússia também reduziu o fluxo de gás para outros países europeus que têm demonstrado apoio à Ucrânia.