Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera “lógica” a demissão da ministra da Saúde

A dirigente Guadalupe Simões insiste que é necessário “um SNS forte”, capaz de dar resposta, que seja inovador, onde os profissionais de saúde possam desenvolver investigação e que tenha capacidade para manter os profissionais.

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"Não nos interessa quem é o ministro da Saúde. O que nos interessa são as políticas de saúde", defende o SEP LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Guadalupe Simões considerou “lógica” a razão evocada pela ministra da Saúde para se demitir, apesar de não estar à espera.

“Não estávamos à espera. Digamos que por um lado ficámos surpreendidos mas, por outro lado, e face àquilo que têm vindo a ser os constrangimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a ausência de soluções estruturais para os problemas, parece lógico a ministra evocar as razões que evocou para pedir a demissão”, explicou Guadalupe Simões.

A ministra da Saúde, Marta Temido, que assumiu funções em 2018, apresentou na madrugada desta terça-feira a demissão, por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo.

“Para nós, na realidade, não nos interessa quem é o ministro da Saúde. O que nos interessa são as políticas de saúde. E sobre as políticas de saúde sabemos o que defendemos: defendemos o SNS que tem problemas estruturais e que precisam de solução”, disse ainda a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Guadalupe Simões recordou que, com Marta Temido, foi “renegociada” uma nova Lei de Bases da Saúde, que coloca o SNS como o “pilar” da oferta de cuidados de saúde, sendo que, frisou, é preciso aprofundar e melhorar as ofertas. Por isso, considera a responsável pelo sindicato, “seja quem for o ministro da Saúde, o que é preciso é que o Governo, que tem a maioria absoluta” desenvolva aquilo que está expresso na Lei de Bases da Saúde.

Desta forma, insiste que é necessário “um SNS forte”, capaz de dar resposta, que seja inovador, onde os profissionais de saúde possam desenvolver investigação e que tenha capacidade para manter os profissionais.

Em concreto em relação aos enfermeiros, Guadalupe Simões diz que espera que o Governo cumpra os prazos das negociações em curso. “Nós temos um processo negocial que está a decorrer e espera-se que seja concluído dentro do prazo que estava previsto, que era Setembro, e que rapidamente se avance para a alteração da carreira de enfermagem, tal como está previsto no próprio programa do Governo: a valorização das carreiras profissionais na área da Saúde”, disse.