Mais 1001 vagas para reforçar a 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior
Número de vagas adicionais é três vezes menor do que os lugares extras abertos no ano passado. Há cinco novas vagas em Medicina.
Há mais 1001 vagas para a 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior, que será reaberta neste domingo para os candidatos poderem mudar opções de cursos ou mesmo candidatarem-se pela primeira vez. Uma das novidades são as cinco vagas extraordinárias abertas no curso de Medicina da Universidade de Coimbra.
O balanço do reforço de vagas aprovado pelo Governo, nesta semana, que autorizou um aumento entre 5% a 10%, foi divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES). Foram 22 as instituições do ensino superior que reforçaram o número de vagas postas a concurso no início do concurso de acesso.
A Universidade de Lisboa encabeça a lista com mais 153 lugares, menos dos que contava adicionar ao lote (183) conforme indicado ao PÚBLICO pela reitoria desta instituição. Seguem-se, nos lugares cimeiros, as universidades de Aveiro (131), do Algarve (75), da Beira Interior (71) e do Porto (70). No ensino universitário, as instituições com menos vagas de reforço são a Universidade da Madeira (4) e o ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (6).
Os politécnicos de Lisboa, Leiria, Coimbra, Porto, Viseu e Tomar também reforçaram as suas vagas, com números que oscilam entre seis e 97 novos lugares. Acrescem ainda as escolas superiores de Enfermagem do Porto (6), Náutica Infante D. Henrique (1) e Hotelaria e Turismo do Estoril (8).
À semelhança do que sucedeu nos dois anos anteriores, o MCTES autorizou o reforço de vagas para fazer face ao aumento de candidatos, que totalizaram 61.473 no final da 1.ª fase, cujo termo estava inicialmente previsto para 8 de Agosto. Inicialmente, foram postos a concurso cerca de 53 mil vagas.
A resposta das instituições do ensino superior foi, contudo, bem menor do que a registada em 2021 (3080 vagas adicionais) e em 2020 (4 mil novos lugares).
Ainda antes do despacho que autorizou a abertura de novos lugares, os presidentes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Sousa Pereira, e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Maria José Fernandes, tinham-se manifestado contra a abertura de mais vagas, tanto por motivos financeiros como por entenderem que o número de lugares fixado no início do concurso de acesso deste ano seria suficiente para não defraudar as expectativas dos alunos.
“Estamos escaldados”, disse ao PÚBLICO Sousa Pereira. Desde 2018 que as universidades “aumentam as vagas para os cursos de excelência” e, nos últimos dois anos, também fizeram um aumento do número de lugares face ao crescimento da procura no ensino superior: “Isto traduziu-se em ‘zero’ em termos orçamentais.”
Por outro lado, as vagas abertas logo no início do concurso representavam já um máximo histórico, devido sobretudo às novas ofertas criadas com o financiamento provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Para além de Medicina, que tem mais cinco vagas em Coimbra, há outros cursos cuja procura costuma ser elevada e cujas notas de ingresso são geralmente altas. É caso, por exemplo, de Medicina Veterinária, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (mais seis vagas além das que já estavam disponíveis), Ciências da Nutrição da Nova de Lisboa (mais duas) ou bioquímica na Universidade do Porto (mais 10).