O chefe da polícia do Distrito Escolar de Uvalde, no Texas, onde 19 alunos e dois professores foram mortos num tiroteio, a 21 de Maio, foi demitido esta quarta-feira, avançou a imprensa norte-americana.

De acordo com o jornal Texas Tribune, o conselho do distrito escolar de Uvalde, perto da fronteira com o México, votou por unanimidade a favor da demissão de Peter Arredondo, três meses depois. A votação realizou-se numa audiência perante pais e alunos sobreviventes ao massacre.

O conselho acusou o chefe da polícia, na altura responsável pela operação, de ter demorado demasiado tempo a ordenar uma intervenção policial, tendo o desfecho sido desastroso.

O relatório do comité de investigação constatou que mais de 370 agentes locais, estatais e federais responderam ao tiroteio, mas que demoraram cerca de 77 minutos a agir e a abater o atirador, Salvador Rolando Ramos, um jovem de 18 anos que estudava na região. Este atraso contrasta com o protocolo para incidentes de atirador activo, que exige a neutralização imediata de qualquer ameaça, mesmo que estejam presentes menores de idade.

Num documento divulgado poucas horas antes da reunião, os advogados de Arredondo disseram que o polícia não estaria presente naquilo que considerou um “linchamento público ilegal e inconstitucional.”

O chefe da polícia, suspenso desde 22 de Junho, tinha pedido ao conselho do distrito escolar de Uvalde para regressar às suas funções, bem como o encerramento de um processo que considerou infundado.

Na semana passada, o supervisor das escolas de Uvalde, Hal Harrell, tinha recomendado a demissão de Arredondo, depois da divulgação de uma série de falhas. Na comissão de investigação, o director do Departamento de Segurança Pública do Texas, Steven McCraw, considerou que o polícia tomou “decisões terríveis” à medida que o massacre se desenrolava. McCraw afirmou que um número suficiente de agentes poderia ter respondido ao tiroteio apenas três minutos depois de o atirador ter entrado na escola. Ao contrário do comité, Arredondo não considera que era o comandante da operação no terreno.

O início das aulas nas escolas de Uvalde foi adiado para 6 de Setembro, enquanto decorre uma série de melhorias de segurança e a implementação de serviços de apoio emocional e social, afirmou o conselho escolar, no final de uma reunião na segunda-feira.