PCP insiste nas creches gratuitas para todas as crianças
Os comunistas exortaram o Governo a assegurar a criação de mais 100.000 vagas até 2026, para responder às necessidades das famílias.
O PCP insistiu hoje na gratuitidade das creches para todas as crianças, independentemente da idade, e exortou o Governo a assegurar a criação de mais 100.000 vagas até 2026, para responder às necessidades das famílias.
“Propomos que a gratuitidade [das creches] abranja já todas as crianças a frequentar creche, independentemente da idade”, afirmou Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central do PCP, durante uma conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
A dirigente comunista advogou que a gratuitidade para todas as crianças que nasceram depois de 01 de Setembro de 2021 é “um importante passo” - que “não constava do programa do PS e que só a insistência do PCP impôs” -, mas é necessário avançar “mais rapidamente”.
O PCP apelou ao Governo de António Costa para criar mais 100.000 vagas até 2026, um investimento que tem de ser assegurado pelo Estado, sustentou Margarida Botelho, “para construir ou reabilitar os imóveis necessários, estabelecendo prioridades de acordo com as zonas mais carenciadas e admitindo soluções equiparadas enquanto não se completa a rede”.
O PS apresentou desde o início “pretextos para limitar o número de crianças abrangidas, seja faseando por escalões de rendimento, seja agora por idade”, argumentou a membro do secretariado comunista.
E acrescentou: “As creches gratuitas são uma necessidade premente das crianças e das suas famílias, mas não são a única”.
Margarida Botelho considerou ainda que o investimento na rede pública de creches -- há muito uma das bandeiras do PCP -- tem de ser acompanhado por melhores salários e condições laborais.
“Os agregados familiares com crianças a cargo, sobretudo os monoparentais, são os que mais correm risco de pobreza. Desemprego, precariedade, baixos salários, custos enormes com habitação, com mensalidades de creches, com o material escolar necessário para o início do ano lectivo, com horários de trabalho selvagens [...], estão a tornar a vida das famílias insuportável”, concluiu.