Presidente da Protecção Civil diz que SIRESP não tem falhas

Ministério da Administração Interna anunciou que o SIRESP vai ter um novo investimento de 4,2 milhões de euros em equipamentos de redundância para assegurar as comunicações via satélite em caso de falha dos circuitos terrestres.

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Rede SIRESP, exclusiva do Estado Português, comanda, controla e coordena as comunicações em situações de emergência e segurança MÁRIO CRUZ/LUSA

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) disse este domingo que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) não tem falhas, mas admitiu períodos pontuais de excesso de utilização.

“Pontualmente, poderá haver excesso de utilização [...], até porque tem de haver uma disciplina muito grande relativamente à questão da utilização dos meios do SIRESP. Eu posso dizer que o sistema, em si, não tem falhas”, afirmou Duarte da Costa.

O presidente da ANEPC falava aos jornalistas à margem da sessão solene do Dia do Município da Batalha (distrito de Leiria), onde foi questionado sobre eventuais falhas da rede SIRESP no incêndio na serra da Estrela, que deflagrou no dia 6 e foi dominado na sexta-feira à noite.

“No fundo, aquilo de que temos conhecimento é que são taxas de utilização dos próprios meios que andam de acordo com aquilo que são a intensidade das operações”, garantiu.

A rede SIRESP é a rede de comunicações exclusiva do Estado Português para o comando, controlo e coordenação de comunicações em todas as situações de emergência e segurança, segundo o seu site.

O presidente da ANEPC salientou que este “é um sistema complexo, é um sistema que está sujeito às condições atmosféricas, mas, decorrente da maior redundância de meios, maior redundância de antenas, de antenas móveis, da própria redundância satélite”, está “montado e trabalhado para que não haja falhas nos teatros de operações”.

Segundo Duarte da Costa, “aquilo que pode haver, verdadeiramente, é, em certos momentos, uma taxa de utilização [excessiva] e muitas vezes pela própria indisciplina” dos que usam o sistema.

“E eu não me retiro também desse grupo, de todos nós que utilizamos o SIRESP, e, normalmente, temos de desligar os grupos iniciais de onde vimos, para poder falar no teatro [...]. E temos estado em cima da situação que se passa nos teatros de operações”, referiu.

O presidente da ANEPC garantiu que quando “há verdadeiramente uma taxa de aproximação daquilo que são os limites que poderão ser críticos para o sistema”, fala-se “imediatamente para o teatro [de operações]” e há todas as capacidades para que todos consigam comunicar.

Também o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse não ter conhecimento de falhas na rede SIRESP.

No sábado, o ministério anunciou que o SIRESP vai ter um novo investimento de 4,2 milhões de euros em equipamentos de redundância para assegurar as comunicações via satélite em caso de falha dos circuitos terrestres.

À pergunta sobre se tal investimento visa colmatar falhas na rede SIRESP detectadas nos incêndios de Julho no distrito de Leiria, José Luís Carneiro respondeu negativamente, destacando que a medida vai “preparar a futura interoperabilidade entre o sistema de comunicações do continente com os sistemas de comunicações das regiões autónomas dos Açores e da Madeira”.

De acordo com o ministério, o concurso público “destina-se à aquisição, instalação, configuração e colocação de 612 equipamentos router de agregação de serviços (RAS) para a rede SIRESP”.

O gabinete do ministro acrescenta que o concurso prevê a garantia de 24 meses e respectivo serviço de suporte técnico.

“Este investimento é mais um passo na concretização da estratégia de reforço e de autonomia da rede nacional de emergência e segurança, tal como anunciado por ocasião do lançamento do concurso público internacional da rede SIRESP”, lê-se na nota.