Ty Segall como se fosse a primeira vez, outra vez
Hello Hi é o álbum em que Ty Segall canaliza em si um certo espírito californiano, o das dolências folk-rock. Não é só isso, claro, que um homem, este homem, não pode fugir à sua natureza (rock’n’roll). Suprema arte da ilusão: “I’m looking at you for the very first time”, canta ele. Acreditamos.
“I’m looking at you for the very first time”, canta Ty Segall, Rhodes a borbulhar, secção rítmica a engrandecer o corpo da guitarra acústica, o som distorcido e sibilado da eléctrica a fazer a sua aparição, a canção a afastar-se naquele momento do folk-rock solar com que se iniciara. Filho de Laguna Beach, a cidade imortalizada há quase vinte anos em emblemático, digamos assim, reality-show adolescente da MTV (Ty diz que lhe matou a cidade e, por isso, teve de fugir), tornado figura de destaque na São Francisco que, por aqueles anos iniciais deste século, se tornava centro fervilhante de uma mui entusiasmante explosão psych-rock (John Dwyer dos Thee Oh Sees como mayor não oficial, os Wooden Shjips, Sonny & The Sunsets, Fresh & Onlys), Ty Segall tem construído a sua muito produtiva carreira, labirinto de mil edições e bandas paralelas, muito de acordo com aquele verso inicial.
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