Taxa de juro dos novos depósitos chega a 0,07%, a primeira subida desde Outubro de 2020
Montante dos depósitos caiu para 3707 milhões de euros em Junho, menos 248 milhões de euros face a Maio.
O montante de novos depósitos de particulares totalizou 3707 milhões de euros em Junho, menos 248 milhões de euros face aos 3955 milhões de euros de Maio, mas a taxa de juro média de remuneração destes depósitos subiu pela primeira vez desde Outubro de 2020, para 0,07%.
De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP), “do montante de novos depósitos constituídos em Junho, 90% foi aplicado em depósitos a prazo até um ano, também remunerados à taxa de juro média de 0,07%.
A nova taxa de juro quebrou ainda nove meses consecutivos no mínimo histórico de 0,04%.
Os juros dos depósitos dão o primeiro sinal de recuperação, mas a um ritmo muito mais lento do que as taxas dos empréstimos. Exemplo disso, a taxa de juro média dos empréstimos à habitação subiu de 1,28% em Maio para 1,47% em Junho.
A primeira subida da taxa de remuneração dos depósitos acontece numa altura em que já era certa a primeira subida, em 11 anos, das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE), concretizada em Julho.
Com aquele aumento, de 0,5 pontos percentuais, a taxa de juro de refinanciamento, que é a utilizada na maior parte dos empréstimos ao sistema bancário, passou de zero para 0,5%. A taxa de juro da facilidade de crédito marginal, usado nos empréstimos concedidos aos bancos, passou de 0,25% para 0,75%. E a taxa de juro para os montantes depositados das instituições financeiras no banco central passou de -0,5% (os bancos pagavam para depositar dinheiro no BCE) para zero.
Nos depósitos das empresas também se verificou uma ligeira subida. Os novos depósitos das empresas totalizaram 729 milhões de euros, dos quais 698 milhões de euros foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,06%, acima dos 0,05% de Maio.
“Na área do euro, a taxa de juro média dos novos depósitos de empresas a prazo até um ano permanece negativa desde Agosto de 2019”, destaca do BdP.