Adolf Eichmann, um palhaço do diabo
Nos 60 anos da morte por enforcamento de um dos principais arquitectos do Holocausto, um novo documentário traz-nos Adolf Eichmann de viva voz, em gravações até hoje inéditas. Um burocrata banal, a encarnação do demónio, ou nem uma coisa nem outra?
Em 2017, o Museum of Jewish Heritage de Nova Iorque exibiu na Baixa de Manhattan a cela de vidro à prova de bala em que Adolf Eichmann foi julgado e condenado à morte em Jerusalém, a 15 de Dezembro de 1961, naquela que foi uma das maiores causes célèbres do século XX, ainda hoje alvo de um sem-fim de notícias e recordações. Após o Supremo Tribunal de Israel ter rejeitado o seu recurso, e depois de o Governo de Ben-Gurion ter recusado os pedidos de clemência feitos pelo seu advogado, pela mulher e pelos irmãos, e por personalidades como o filósofo Martin Buber ou a escritora Pearl S. Buck, Eichmann seria enforcado na prisão de Ramlah passavam poucos minutos da meia-noite do dia 1 de Junho de 1962. As escassas testemunhas do acto – alguns funcionários israelitas, quatro jornalistas e o pastor canadiano William Lovell Hull, que recordaria a sua experiência de conselheiro espiritual do criminoso nazi num livro expressivamente intitulado The Struggle for a Soul – disseram que as suas últimas palavras tinham sido “morro acreditando em Deus”.
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