Batidos recordes de mortalidade em quase metade dos dias de Julho

O dia 14 de Julho (com 458 óbitos) foi o que registou uma percentagem maior de excesso de mortalidade (63,4%).

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No total, morreram em Julho 10.602 pessoas Paulo Pimenta

Em quase metade dos dias de Julho foram batidos recordes de mortalidade para este mês, com o dia 14 a ser aquele que maior percentagem de excesso de mortalidade registou (63,4%), segundo dados oficiais.

Os dados da vigilância da mortalidade, elaborados com base no Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que a agência Lusa consultou, indicam que houve excesso de mortalidade em quase todos os dias do mês de Julho, à excepção dos dois primeiros (1 e 2) e dos três últimos (29, 30 e 31).

O dia 14 de Julho (com 458 óbitos) foi o que registou uma percentagem maior de excesso de mortalidade (63,4%). Nos últimos 13 anos, foi igualmente o dia 14 de Julho que mais mortes registou.

Em 12 dias do mês de Julho (entre 1 e 4, entre 12 e 16 e nos dias 18, 25 e 28) foram batidos recordes dos extremos máximos de mortalidade: uns datavam de 2010, outros de 2013 e outros de 2020.

Há duas semanas, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) revelou que Portugal tinha registado um excesso de mortalidade entre 7 e 18 de Julho correspondente a 1063 mortes atribuídas às temperaturas extremas que se verificaram no continente.

Segundo os dados do índice ÍCARO — uma medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população, podendo levar ao óbito — os valores estiveram no seu nível mais elevado precisamente no dia 14 (0.96).

Nos últimos três dias, quando começaram de novo a subir as temperaturas, o valor voltou a aumentar: de 0.04 na sexta-feira (29) passou para 0.38, no sábado (30), e para 0.68, no domingo (31).

Este índice compara os óbitos previstos pelo modelo estatístico subjacente ao sistema de vigilância ÍCARO, com os óbitos esperados sem o efeito das temperaturas extremas.

No total, morreram em Julho 10.602 pessoas.