A villa construída no local que terá inspirado A Pequena Sereia está à venda

Fica na península italiana que terá inspirado o escritor Christian Andersen a escrever A Pequena Sereia e durante anos “acolheu os maiores nomes do design e da arquitectura”. Agora, está à venda.

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Villa é um “exemplar raro da arquitectura racionalista” DR/LIONARD Luxury Real Estate

É um “exemplar raro da arquitectura racionalista” e, por isso, está classificada como Monumento Nacional da Arquitectura Moderna pelo governo italiano. A villa, propriedade de uma editora italiana, “acolheu os maiores nomes do design e da arquitectura” ao longo dos anos. Agora, “completamente restaurada”, está à venda numa imobiliária italiana de luxo, sem preço anunciado.

O edifício, desenhado pelo arquitecto Luigi Carlo Daneri e inspirado na linguagem de Le Corbusier, fica no extremo de uma falésia na península de Sestri Levante, entre a aldeia piscatória de Portofino e a linha de vilas centenárias que forma Cinque Terre, um dos mais afamados e turísticos lugares da Riviera italiana.

Conta a lenda que a península de Sestri Levante terá dado origem ao amor proibido entre o tritão Tigullio e a sereia Segesta. Foi aqui que o escritor dinamarquês Christian Andersen residiu em 1833, publicando o conto d'A Pequena Sereia pouco depois, “talvez inspirado por esta fascinante história”, lê-se em comunicado. Durante a estadia, Andersen apelidou-a de “cidade dos dois mares”, dado que o centro da cidade rompe por uma faixa de terra em direcção ao mar da Ligúria, dividindo a costa envolvente em duas baías, a do Silêncio e das Fábulas.

A villa, projectada entre 1938 e 1940, está rodeada por 2,3 hectares de parque “para garantir total privacidade”, acrescenta a nota, tendo sido desenhada “em relação ao contexto ambiental numa mediação calculada entre a intimidade dos espaços interiores e o absolutismo da paisagem”. “O rigor funcional, a clareza distributiva dos ambientes e a vanguarda tecnológica fazem do imóvel, como escreveu Giò Ponti, ‘uma moradia, pensada não como habitação, mas como teatro para as acções humanas da vida e do pensamento, do trabalho e da contemplação’.”

Propriedade de uma editora italiana – e “frequentada pelos grandes nomes do design e da arquitectura, da indústria editorial e do empreendedorismo” , o edifício foi restaurado “no seu valor arquitectónico original”, incluindo os móveis desenhados por Daneri. É “um raro exemplar inalterado da arquitectura racionalista” e, por isso mesmo, reconhecida como Monumento Nacional da Arquitectura Moderna pelo Ministério da Cultura de Itália como um “testemunho essencial para a arquitectura italiana do século XX”.

Entre os detalhes deste “canto do paraíso longe do frenesim da vida contemporânea” contam-se um “caminho sugestivo na floresta e uma escadaria” que conduzem “à praia privada com acesso exclusivo ao mar”, além de piscina com solário, “três andares com nove quartos e seis casas de banho” no edifício principal e “dois anexos independentes”.

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