Human Rights Watch acusa Rússia e Ucrânia de porem civis em risco “desnecessariamente”

Organização diz que ambos os lados usam zonas residenciais para aquartelar soldados e não cuidam dos interesses dos civis, violando o direito humanitário internacional.

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Em Iahidne, na região de Chernihiv, 350 pessoas estiveram retidas numa cave durante um mês OLEG PETRASYUK/EPA

Tanto a Rússia como a Ucrânia estão a usar zonas residenciais como bases militares e a pôr as vidas de civis “desnecessariamente” em risco. A organização Human Rights Watch (HRW) diz ter identificado sete casos em que os soldados de ambos os lados se aquartelaram em áreas em que ainda havia população sem que esta tenha sido retirada. Em todas elas houve ataques que resultaram na morte e ferimento de civis.

“Os civis estão a ser desnecessariamente envolvidos nos combates”, diz Belkis Wille, uma investigadora da HRW, pedindo às Forças Armadas de ambos os países que “evitem colocar os seus soldados no meio de civis e façam o que for possível para retirar civis das proximidades”.

A organização conduziu 54 entrevistas a residentes de sete vilas e cidades nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Zaporijjia. Em quatro situações, a tropa russa esteve estacionada entre a população, enquanto em três foi a tropa ucraniana a fazer o mesmo.

Em Iahidne, na região de Chernihiv, 350 pessoas foram retidas durante um mês na cave de uma escola que as forças russas estavam a usar como quartel. Mais tarde esse local foi atacado pela artilharia ucraniana.

Em Pokotilivka, na região de Kharkiv, as Forças de Defesa Territorial da Ucrânia montaram base numa clínica no meio de um bairro residencial onde ainda viviam pessoas. Um ataque russo provocou ferimentos em pelo menos seis pessoas e danos em dezenas de casas e numa escola.

Segundo a HRW, ambos os lados estão a violar o direito humanitário internacional, segundo o qual as partes beligerantes devem tomar todas as medidas ao seu alcance para proteger os civis.

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