Histórias do Tour: Queres pontos? Pedala por eles
Durante toda a Volta a França, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre equipas e ciclistas em prova.
Nils Eekhoff esteve na berlinda após a etapa 16 do Tour. Não por motivos desportivos, que tem estado relativamente discreto, mas porque provocou um momento curioso com Wout van Aert num sprint intermédio.
Quando ambos estavam escapados do pelotão, Van Aert tinha como garantido que Eekhoff, sem nada por que lutar na classificação da camisola verde, não faria questão de sprintar pelos pontos. Enganou-se.
Eekhoff chegou-se à frente e “roubou” pontos que o belga achou estarem “no bolso”. Apesar de dizer que todos têm o direito de sprintar, Van Aert fez questão de passar um “raspanete” ao adversário: “Disse ao Nils que teria apreciado que ele me avisasse que ia sprintar e aí teríamos ido os dois. Assim acho um pouco triste”.
A defesa de Eekhoff , além da evidente componente competitiva da qual não abdicou, foi bastante lógica. “Havia 1500 euros de prémio nesse sprint. Parece-me um bom motivo para sprintar”, explicou o corredor da DSM, equipa que até então apenas tinha amealhado 8700 euros neste Tour.
Eekhoff é um ciclista que já teve o seu quinhão de infortúnios na carreira. Aos oito anos, logo no segundo treino como ciclista, partiu a clavícula. Motivo para desistir? Para boa parte das crianças, sim. Mas Eekhoff recusou esse repto da família.
Anos depois, naquele que seria o ponto alto da carreira, foi o primeiro a cortar a meta nos Mundiais sub-23 – e fê-lo, naturalmente, com a celebração e pompa que se impunha ao campeão do mundo.
Minutos depois, a organização desqualificou-o por ter rolado excessivamente no cone de ar de um carro.
Onde está Eekhoff pode sempre estar uma notícia. E ainda só tem 24 anos.