Reactivações de fogos em Chaves e Murça continuam a alarmar moradores

Mesmo com temperaturas mais baixas, risco de incêndio continua a preocupar autoridades.

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Incêndios no interior de Portugal preocupam autoridades Adriano Miranda
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Meios aéreos de combate às chamas actuaram em Valpaços, no distrito de Vila Real LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Depois de Leiria, é o distrito de Vila Real que concentra as maiores preocupações quanto aos avanços e reacendimentos das chamas. A manhã desta terça-feira começou com 700 operacionais na região, em operações de rescaldo e a combater as chamas nos municípios de Murça e Chaves.

Pelas 10h30, o incêndio que lavra há quatro dias em Bustelo, no concelho de Chaves, estava já em fase de consolidação e rescaldo, mas o vento forte motivava receios sobre reacendimentos. O autarca da cidade, Nuno Vaz, ainda acreditou em “boas notícias” nesta terça-feira, mas a esperança dissipou-se horas mais tarde. Às 13h30 o fogo lavrava novamente nesta zona e era combatido por 166 operacionais, apoiados por 47 viaturas e uma aeronave.

Alguns quilómetros mais a sul, o incêndio que começou na tarde de domingo, em Cortinhas, no município de Murça, estava “praticamente controlado”, mas uma reactivação na zona de Valongo de Milhais adiou o regresso a casa da população retirada desta freguesia na segunda-feira.

Em Murça, ainda que sem frentes activas e em fase de consolidação, pelas 13h mantinham-se no terreno — inclusive nos concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços — mais de 700 operacionais, apoiados por 250 veículos, dez aeronaves e dez máquinas de rasto. Também a população da vila se juntou para molhar as suas casas e quintais.

“Há dois dias tínhamos um concelho completamente diferente (...). Para além das perdas humanas, que infelizmente aconteceram, também a dimensão emocional é de profunda tristeza e consternação”, relatou o autarca de Murça, Mário Artur Lopes. O fogo atingiu “mais de metade do concelho” e terá consumido entre 10 mil e 12 mil hectares de área florestal.

A situação em Murça acabou mesmo por piorar ao longo do dia e os reacendimentos obrigaram à evacuação de aldeias neste município, em Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, para onde se alastraram as chamas. O fogo aproximou-se rapidamente das casas “devido ao vento muito forte”, segundo a Protecção Civil, e obrigou a retirar moradores das aldeias de Fiolhoso, Cabanas e Sevivas.

Os habitantes da região tiveram algum descanso pelas 21h, quando 80% da frente de Murça foi dada como dominada. A Protecção Civil explicou também ter retirado 40 idosos de um lar residencial de Fiolhoso “por precaução”.

Já no habitual ponto de situação nocturno, André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Protecção Civil , indicou que, até às 20h, se tinham registado 67 incêndios em Portugal e cinco continuavam activos. As ocorrências mais “importantes” mantiveram-se as mesmas, pela intensidade das chamas e do vento: em Bustelo e em Murça. No terreno, onde chegaram a actuar em simultâneo dez aeronaves, encontravam-se perto de 800 operacionais e quase 300 veículos.

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