Cantora Luedji Luna regressa a Portugal em Agosto para concertos em Lisboa e no Porto
Cantora brasileira vem apresentar o álbum Bom mesmo é estar debaixo d’água.
A cantora brasileira Luedji Luna regressa a Portugal em Agosto, para dois concertos, em Lisboa e no Porto, no âmbito da digressão europeia de apresentação do álbum Bom mesmo é estar debaixo d'água, anunciou a promotora esta segunda-feira.
“A digressão europeia da artista brasileira passa por Inglaterra, Chéquia, Alemanha, Espanha e termina em Portugal, com concertos a 11 de Agosto em Lisboa na sala B.Leza e, a 12 de Agosto, no Porto, no Hardclub”, lê-se num comunicado divulgado pela promotora dos espectáculos esta segunda-feira.
A primeira parte dos concertos será assegurada pelo rapper e artista plástico brasileiro Zudizilla.
Nesta digressão, Luedji Luna apresenta o seu mais recente álbum, Bom mesmo é estar debaixo d'água, composto por “12 canções poéticas e fluidas, que dialogam entre si e que apresentam múltiplas vozes negras e femininas que falam sobre afectividade, e também sobre os impactos da sociedade, machista e lgbtofóbica, na constituição da subjectividade desses corpos como as escritoras Conceição Evaristo e Cidinha da Silva”.
A música de Luedji Luna “mistura sons de batuques baianos e africanos com jazz elegante e ousado”.
A cantora estreou-se ao vivo em Portugal em 2019. Na altura, as suas actuações centraram-se no álbum de estreia, Um Corpo no Mundo, de 2017, que a apresentou como uma das cantoras e compositoras da nova música afro-brasileira, plural e negra, que abarca o rock, a pop, o rap, o funk ou o samba.
Em vésperas de actuar em Portugal pela primeira vez, Luedji Luna contou, em entrevista à agência Lusa, que o álbum se inspirou na experiência pessoal de “êxodo de migrada” de Salvador da Bahia, onde nasceu em 1987, para São Paulo, onde vive. É uma história de diáspora e que nunca esquece a condição de mulher negra, sublinhou.
Luedji Luna, cujo nome se inspira num livro do escritor angolano Pepetela, nasceu numa família com grande consciência activista e numa região que é das marcadas pela presença de africanos. Influenciada por nomes como Milton Nascimento ou Lauren Hill, a cantora trocou a licenciatura de Direito pela música, escolhendo o caminho do activismo pela arte para contrariar um “processo de apagamento das mulheres negras”. Esse caminho faz-se pela música, mas também na participação em projectos como o Palavra Preta, uma mostra anual que reúne poetas e artistas negras.