GNR detém homem em investigação sobre abate de 540 animais na Herdade da Torre Bela
A GNR deteve um homem de 53 anos por posse de munições proibidas, numa operação relacionada com o abate de 540 animais na Herdade da Torre Bela, em Lisboa. O detido será ouvido em primeiro interrogatório judicial para atribuição de medidas de coacção.
Um homem de 53 anos foi detido esta terça-feira, 12 de Julho, pela GNR por posse de munições proibidas, numa operação relacionada com o abate de 540 animais na Herdade da Torre Bela, em Azambuja, anunciou a força policial.
Num comunicado, a GNR acrescentou que foram também apreendidos vários documentos nos distritos de Lisboa, Santarém e Portalegre.
A operação está relacionada com uma investigação à montaria que ocorreu na Herdade da Torre Bela, em Azambuja, no distrito de Lisboa, em Dezembro de 2020, e na qual foram abatidos cerca de 540 animais, entre os quais veados e javalis, e que provocou muita polémica.
Segundo a GNR, no decorrer desta operação foram apreendidos diversos documentos relacionados com a investigação, tendo ainda sido detido um homem de 53 anos por posse de munições de calibre proibido.
O detido será agora ouvido em primeiro interrogatório judicial para atribuição de medidas de coacção e a GNR não adiantou se já foram constituídos mais arguidos no processo.
Na nota, a GNR adianta que a operação foi desenvolvida pelo Comando Territorial de Lisboa, através do Núcleo de Investigação de Crimes e Contra-ordenações Ambientais (NICCOA), sob orientação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa Norte, que deram cumprimento a 14 mandados de busca, dos quais seis domiciliários e oito a empresas, nos distritos de Lisboa, Santarém e Portalegre.
A acção contou com o reforço da estrutura de investigação criminal dos Comandos Territoriais de Lisboa, Santarém e Portalegre da GNR e com o apoio da PSP.
No dia 24 de Dezembro de 2020, a Herdade da Torre Bela, onde dias antes tinham sido abatidos 540 animais, descartou qualquer responsabilidade no sucedido, repudiando a forma “ilegítima” como decorreu uma montaria na propriedade e anunciou que ponderava recorrer à justiça para ser ressarcida dos prejuízos causados.
Em comunicado, a Herdade garantiu que não teve qualquer responsabilidade no sucedido, sustentando que “não era a entidade exploradora da referida caçada nem organizou ou nela participou, directa ou indirectamente”.
Na mesma nota repudiava firmemente “a forma errada, ilegítima e abusiva como decorreu” a montaria, afirmando ainda que teve conhecimento do abate dos animais ‘a posteriori’ e apenas através da comunicação social”.