Imitação da vida

O essencial das coisas. Ou o essencial do cinema, que vai dar ao mesmo.

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Bernard Prim
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Paris, 1972: a nouvelle vague passou, o Maio de 1968 foi há quatro anos. Resta pouca coisa, as ruas parecem desertas, os cafés de St. Germain — os lendários Deux Magots, Flore — estão cheios, mas povoados por uma massa de figurantes, autómatos, manchas a preencher o enquadramento. Em primeiro lugar, sobre A Mãe e a Puta, importa perceber que se trata de um filme sobre esta depressão que sempre se segue à euforia. É neste sentido que é um “documentário”, como diz Françoise Lebrun em entrevista que publicaremos, relato e colecção de um punhado de sobreviventes de uma geração em que a “política” e a “cinefilia” se fizeram a mesma coisa, uma forma de intervenção libertária sobre o mundo (e o filme, de facto, colecciona sobreviventes: em cenas breves e aparições fugazes reconhecemos Jean Douchet, Jean-Claude Biette, Bernard Eisenschitz, fora aqueles que estão no lugar de outros, como Jacques Renard em émulo de um dos grandes amigos de Jean Eustache, Jean-Jacques Schul). E no “lugar de outros” estão também os actores, o trio protagonista, em personagens extraídas à vivência de Eustache e aos seus amores vividos, frustrados ou sonhados (se há diferença), com paroxismo no Alexandre composto por Jean-Pierre Léaud, versão quase punitiva da personalidade do próprio realizador (porque Léaud está “no lugar de outro”, Jean Eustache).

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