António Campos: um diamante em bruto em Vila do Conde
É urgente redescobrir o cinema “amador”, nas melhores acepções da palavra, de um dos cineastas portugueses menos recordados. Aproveitando o centenário do nascimento, o Curtas de Vila do Conde propõe um programa imperdível.
Por muito que se fale dos grandes nomes unânimes do cinema português, há um do qual nunca se fala que chegue: António Campos (1922-1999). Em parte porque a sua obra, angular, teimosa, irredutível, nunca se enquadrou em movimentos nem em lógicas de produção ou divulgação: o leiriense vinha do cinema “amador”, carola, rodado em 8 ou 16mm, que ainda por cima fazia teimosamente sozinho e sem vontade de “edulcorar” para sensibilidades mais urbanas. “Etnográfico” é a palavra que mais tem sido usada para descrever o olhar de Campos sobre o quotidiano português, pré- ou pós-25 de Abril, sugerindo algo de rude, de diamante em bruto insuficientemente burilado.
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