Macron escolhe um político de direita para encontrar maiorias no Parlamento
Franck Riester, antigo director de campanha de Sarkozy e ex-membro do UMP e dos Republicanos, foi nomeado ministro das Relações com o Parlamento. Terá como missão negociar leis e reformas em nome do Governo minoritário.
As casas de apostas apontavam para Olivier Véran, mas Emmanuel Macron surpreendeu e escolheu Franck Riester para o importante cargo de ministro das Relações com o Parlamento.
O antigo ministro da Cultura e do Comércio Externo, com passado no UMP e n’Os Republicanos (centro-direita), terá como missão encontrar e negociar maiorias numa Assembleia Nacional onde os partidos que apoiam o Governo não têm maioria absoluta.
Actual presidente do Agir – uma formação política de direita moderada, criada em 2017, composta por dissidentes d’Os Republicanos – Riester foi director de comunicação e de campanha do antigo Presidente Nicolas Sarkozy.
Um percurso político que parece dar conta das intenções de Macron em dar prioridade a compromissos com o espectro ideológico-partidário parlamentar à direita.
A coligação que apoia o Presidente francês e que concorreu às legislativas de Junho – composta pelo Renascimento (centro), pelo Movimento Democrático (centro-direita) e pelo Horizontes (centro-direita) – perdeu a maioria parlamentar e olha tanto para a maioria d’Os Republicanos no Senado, como para os 62 deputados do partido conservador na câmara baixa do Parlamento, como parceiros privilegiados para aprovar iniciativas legislativas importantes.
A escolha de Riester para um dos cargos mais relevantes do Governo liderado pela primeira-ministra Élisabeth Borne também se enquadra numa abertura cada vez maior do Presidente para acolher políticas e políticos de direita nas suas fileiras.
Édouard Philippe (ex-primeiro-ministro), Bruno Le Maire (ministro das Finanças), Gérald Darmanin (ministro do Interior) ou Sébastien Lecornu (ministro da Defesa) são outras antigas e actuais figuras do Governo que vêm dessa área política.
Franck Riester tem 48 anos e foi deputado, pelo círculo eleitoral de Seine-et-Marne, entre 2007 e 2018, tendo sido um dos primeiros representantes parlamentares do país a assumir a sua homossexualidade.
Para além disso, foi director de campanha do UMP nas eleições europeias de 2009 e director de comunicação do partido nas eleições presidenciais de 2012. Entre 2018 e 2020 serviu no Governo de Philippe como ministro da Cultura, antes de ser transferido para o Comércio Externo.