Finlândia e Suécia assinam esta terça-feira protocolo de adesão à NATO

Processo ficará completo após ratificação pelos 30 países da Aliança Atlântica.

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O Presidente finlandês, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra sueca, Magdalena Anderson, na cimeira de Madrid Reuters/NACHO DOCE

A Finlândia e a Suécia terminaram esta segunda-feira as últimas conversações para a adesão à NATO, abrindo portas à assinatura, esta terça-feira, do protocolo de adesão numa cerimónia na sede da Aliança Atlântica em Bruxelas. Depois da cerimónia, a adesão tem ainda de ser ratificada pelos parlamentos de todos os 30 países que integram a NATO.

A Finlândia e a Suécia decidiram mudar de posição em relação à adesão à aliança militar depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022, após meses a negar que iria fazê-lo.

Várias sondagens nos dois países mostraram que desde então se alterou a relação entre quem se opunha e quem defendia uma entrada na NATO, com maiorias favoráveis nos dois países. A mudança foi especialmente marcada na Finlândia, onde a guerra de Putin contra a Ucrânia trouxe ecos da invasão russa da Finlândia em 1939 (76% apoiavam a adesão em Maio; nos anos antes da guerra, a percentagem de apoio andava pela casa dos 25%).

Os dois países tinham já desde 1994 uma parceria oficial com a Aliança Atlântica e desde então fizeram também parte de várias missões da NATO.

A Turquia foi inicialmente contra a entrada da Finlândia e da Suécia, dizendo que os dois países davam apoio a curdos e partidários de Fetullah Güllen, o líder religioso que o regime acusa de ter estado por trás da tentativa falhada de golpe em 2016.

O veto inicial foi levantado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante a cimeira da semana passada em Madrid, depois de um memorando assinado entre os três países (Erdogan recebeu ainda uma garantia dos EUA de que venderiam caças F-16 a Ancara, embora Joe Biden negasse que houvesse qualquer quid pro quo).

O memorando causou preocupação sobre o que implicaria exactamente – em especial em relação a um pedido de Erdogan de que fossem extraditados activistas curdos. O director do Instituto de Estudos Turcos de Estocolmo, Paul Levine, comentou à televisão estatal da Suécia que o acordo foi “uma obra de arte diplomática” porque dava espaço a várias perspectivas, o suficiente para que todos pudessem assiná-lo.

Levin disse ainda que a lei sueca é tão exigente que nem algumas extradições de combatentes do Daesh tiveram luz verde legal, e a Finlândia já disse que não se comprometeu com extradições para a Turquia.

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