Aeroporto de Lisboa: Seixal promete contestar decisão “estranha” e “antidemocrática”

Autarca que vetou aeroporto no Montijo garante que irá continuar luta por meios políticos e legais.

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EPA/STEPHANIE LECOCQ

O presidente da Câmara Municipal de Seixal (CDU), o único dos autarcas que deram parecer negativo à localização do novo aeroporto no Montijo ainda em funções – uma vez que o autarca da Moita, Rui Garcia (CDU), perdeu o município para o PS nas últimas autárquicas – não se conforma com a decisão de António Costa de avançar com uma decisão sem a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que estava em curso.

Joaquim Santos promete contestar a opção governamental “pelos meios públicos [políticos] e nos órgãos próprios [tribunais]”. O autarca comunista classifica a intenção de António Costa como “estranha” e “antidemocrática”.

“Não se compreende esta decisão. O senhor primeiro-ministro terá que explicar esta opção, que não se percebe. Se não explicar, mostra que estará ao serviço de interesses estrangeiros, da Vinci e de Madrid, do Aeroporto de Barajas, e não de Portugal”, afirma.

Para o presidente da Câmara do Seixal, trata-se de uma “decisão unipessoal, própria de países autoritários e não de um Estado de direito democrático”.

“Se se confirmar essa posição, revela que, de facto, o interesse do senhor primeiro-ministro não é escolher a melhor solução para o país, mas claudicar no interesse nacional em detrimento do interesse espanhol porque Portugal não vai ter soluções, no médio prazo, para responder ao crescimento das necessidades aeroportuárias”, acrescentou.

No entendimento do autarca comunista, Montijo e Lisboa serão “dois pequenos aeroportos, sem condições para substituir um novo aeroporto internacional de Lisboa”, destacando que aquele que está projectado para Alcochete “permitiria muitos mais movimentos de aviões e passageiros”.

“Escolher um pequeno aeroporto no interior de perímetros urbanos, como será no Montijo, é repetir o erro de Lisboa”, argumenta ainda Joaquim Santos que recorda também que esta nova posição de António Costa contraria vários pareceres técnicos.

“O senhor primeiro-ministro tem uma opção decidida contra os especialistas, como a Ordem dos Engenheiros, o LNEG, os pilotos e as autarquias. Mesmo a Câmara de Lisboa revela reservas ao aeroporto dentro da cidade”, conclui.

O Governo decidiu abandonar a Avaliação Ambiental Estratégica em curso que contemplava três cenários para o novo aeroporto. Em alternativa, quer, em 2026, a pista complementar do Montijo a funcionar e, em 2035, um novo aeroporto em Alcochete.

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