Lisboa é a 109.ª cidade onde o custo de vida é mais caro para expatriados

Lisboa, a única cidade portuguesa a integrar o estudo, desceu 26 posições no ranking global, passando a ser a 109.ª cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida para expatriados e a 36.ª a nível europeu.

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Lisboa RUI GAUDêNCIO
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LUSA/JOSE SENA GOULAO

Lisboa é a 109.ª cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida para expatriados, descendo 26 posições em relação a 2021, num ranking liderado por Hong Kong, na China, segundo o estudo da Mercer divulgado esta quarta-feira.

“Considerando apenas o continente europeu, Lisboa é a 36.ª cidade mais cara para expatriados”, conclui o estudo “Custo de Vida 2022”, lançado pela consultora Mercer, que inclui 227 cidades do mundo onde vivem trabalhadores expatriados, verificando que os padrões de mobilidade internacional dos colaboradores estão a evoluir como resultado da taxa de câmbio e de inflação e do aumento do trabalho remoto e flexível.

O estudo foi realizado a partir da análise conjunta do custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo:

  • habitação;
  • transporte;
  • alimentação;
  • vestuário;
  • produtos domésticos;
  • e entretenimento.

A análise utiliza Nova Iorque como cidade-base para todas as comparações. Os movimentos monetários são medidos em relação ao dólar norte-americano.

No ranking global, Hong Kong volta a ser a cidade mais cara do mundo para expatriados, posição que mantinha há anos consecutivos, mas que em 2021 perdeu para Ashgabat, no Turquemenistão, passando a ocupar o segundo lugar. De acordo com o estudo “Custo de Vida 2022”, as cidades suíças de Zurique (2.º), Genebra (3.º), Basileia (4.º) e Berna (5.º) completam as cinco primeiras localizações mais caras do mundo para expatriados.

No continente europeu, além das quatro cidades da Suíça, o ranking é liderado por capitais de países, nomeadamente Copenhaga (Dinamarca), que a nível global surge em 11.º lugar, Londres (Reino Unido, 15.º), Viena (Áustria, 21.º), Amesterdão (Holanda, 25.º) e Oslo (Noruega, 27.º).

No top dez das cidades europeias mais caras para expatriados está ainda a cidade alemã de Munique, que surge em 33.ª posição no ‘ranking’ global.

Lisboa, a única cidade portuguesa a integrar o estudo, desceu 26 posições no ranking global, passando a ser a 109.ª cidade mais cara do mundo em termos de custo de vida para expatriados e a 36.ª a nível europeu, ficando abaixo do meio da tabela das 57 cidades europeias, atrás de cidades como Madrid (90.º lugar a nível mundial) ou Barcelona (78.º).

Relativamente à Europa de Leste, a cidade mais cara é Praga (Chéquia), que ocupa o 60.º lugar entre 227 cidades, seguindo-se Riga (Letónia, 79.º), Bratislava (Eslováquia, 105.º) e Tallinn (Estónia, 140.º), refere o estudo, indicando que a mais barata é Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, classificada em 209.º lugar a nível mundial e no fim da tabela das cidades europeias.

O aumento do trabalho remoto e flexível, a guerra na Ucrânia, as variações cambiais e a inflação generalizada estão a ter um impacto material na compensação dos colaboradores, o que pode ter consequências graves para as empresas na batalha global pelo talento”, aponta o estudo “Custo de Vida 2022”.

Tiago Borges, líder empresarial de carreira da Mercer, afirma que “a volatilidade desencadeada pela covid-19 e agravada pela crise na Ucrânia tem alimentado a incerteza económica e política global”, situação que se reflecte “no aumento significativo da inflação na maioria dos países em todo o mundo”, o que preocupa os expatriados quanto ao seu poder de compra e estabilidade socioeconómica.

“Tanto a inflação como as flutuações das taxas de câmbio influenciam directamente o poder de compra dos colaboradores a trabalhar fora do país de origem”, explica Tiago Borges num comunicado sobre o estudo, referindo que o aumento do trabalho remoto e flexível levou também muitos colaboradores a reconsiderarem as suas prioridades, o equilíbrio entre a vida profissional e familiar e a escolha do local de residência.

Os dados apresentados no estudo da Mercer, além de demonstrarem que “as condições de trabalho e económicas em todo o mundo estão a evoluir mais rapidamente do que antes”, permitem às empresas avaliarem os custos de contratos internacionais em tempos de incerteza.