Tiroteio na capital da Noruega faz dois mortos e pelo menos 21 feridos

O ataque teve lugar numa altura em que a cidade já se estava a preparar para receber a marcha anual da comunidade LGBTI+, que foi entretanto cancelada. O tiroteio está a ser investigado como um ataque terrorista.

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Duas pessoas morreram e pelo menos 21 ficaram feridas, algumas de forma grave, num tiroteio em Oslo, disse a polícia norueguesa. Segundo a agência Reuters, o tiroteio está a ser investigado como um ataque terrorista.

O tiroteio aconteceu por volta da 1h (0h de sexta-feira em Portugal) em três locais próximos, incluindo um bar gay e um clube de jazz, no centro da capital norueguesa. O ataque teve lugar numa altura em que a cidade já se estava a preparar para receber a marcha anual da comunidade LGBTI+, marcada para a tarde deste sábado, mas que foi entretanto cancelada.

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Oito pessoas foram levadas para o hospital e as outras seis receberam tratamento médico no local, avançou a polícia. O suspeito do ataque é conhecido dos serviços de segurança desde 2015, refere a Reuters. Acredita-se que homem seja um “islamista radicalizado com historial de doença mental”, disse Serviço de Segurança da Polícia Norueguesa (PST, na sigla inglesa) neste sábado. Já a Reuters avança que o suspeito é um cidadão norueguês de 42 anos, de origem iraniana. Foi preso na posse de duas armas.

As forças de segurança não acreditam que outras pessoas estejam envolvidas e avançaram que o motivo do ataque não era conhecido até ao momento, disse o porta-voz da polícia, Tore Barstad. No entanto, estão a investigar se a marcha poderia ser um alvo ou se há “outros motivos”.

Fugiram para a cave

Algumas pessoas que estavam no bar no momento do ataque esconderam-se na cave do edifício e ligaram desesperadamente aos seus entes queridos enquanto o atirador disparava sobre várias pessoas dentro e fora do London Pub, matando duas e ferindo mais de vinte.

Bili Blum-Jansen, que estava no London Pub no momento do ataque, disse que fugiu para a cave para escapar da chuva de balas, juntamente com cerca de 80 a 100 pessoas. “Muitos ligaram para os seus parceiros e familiares, parecia que se estavam a despedir. Outros tentaram acalmar aqueles que estavam extremamente aterrorizados”, disse. “Senti algum pânico e pensei que se o atirador ou atiradores descesse, estaríamos todos mortos. Não havia saída.”

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Olav Roenneberg, jornalista da emissora pública norueguesa NRK, disse que testemunhou o tiroteio. “Vi um homem chegar ao local com um saco. Pegou numa arma e começou a disparar”, contou Roenneberg. “Primeiro pensei que fosse uma pistola de ar, mas depois o vidro do bar do lado despedaçou-se e eu percebi que tinha que correr para me proteger”.

Outras testemunhas descreveram o caos que eclodiu dentro e fora do London Pub, aberto desde 1979.

“Muitas pessoas estavam a chorar e a gritar, os feridos gritavam, as pessoas estavam angustiadas e assustadas, muito assustadas”, disse Marcus Nybakken, de 46 anos, que saiu do bar pouco antes do tiroteio e voltou mais tarde para ajudar.

A Noruega foi palco de um dos piores tiroteios na Europa, em 2011, quando um extremista de direita matou 69 pessoas na ilha de Utoya, depois de detonar uma bomba em Oslo que deixou oito mortos.

Notícia actualizada às 08h40. Foi acrescentado que a marcha foi cancelada e que a polícia está a investigar o tiroteio como um ataque terrorista