Easyjet: ganho de slots “não é repetível até haver nova infra-estrutura”

Penetração das low cost em Portugal “ainda não está ao nível de outros países”, diz director-geral da Easyjet, José Lopes. Companhia vai usar três aviões para beneficiar das 18 slots ganhas à TAP em Lisboa.

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José Lopes, director geral da Easyjet em Portugal, deu hoje uma conferência de imprensa em Lisboa. Nuno Ferreira Santos

Para José Lopes, director-geral da Easyjet em Portugal, a oportunidade de ficar com 18 slots (faixas horárias para aterrar e descolar) da TAP na aeroporto de Lisboa é um marco importante para a companhia e algo “não repetível até haver uma nova infra-estrutura”, o que irá demorar vários anos.

Em conferência de imprensa, realizada na sequência da vitória no processo de slots lançado por Bruxelas que impôs essa contrapartida às ajudas de Estado à TAP, o gestor voltou a sublinhar que a Easyjet vai passar a ser a segunda maior companhia em Lisboa, ultrapassando assim a Ryanair num aeroporto muito congestionado, mas deixou mais pormenores para quando o processo estiver fechado.

Neste momento, diz, está a haver um “afinamento dos detalhes”, até porque envolve diversos outros aeroportos. “Portugal é um mercado com bastante potencial”, no qual, adiantou, “a penetração das low cost ainda não está ao nível de outros países”, como os do centro da Europa.

O objectivo é começar a usar os novos slots logo no primeiro dia possível, a 30 Outubro, com três aviões, um processo que se irá repetir depois todos os dias do ano. De acordo com José Lopes, vão ser disponibilizadas novas rotas da companhia e serão reforçadas outras já existentes. Segundo o gestor, a Easyjet já tinha crescido no período da pandemia, aproveitando o espaço deixado livre por concorrentes. Assim, explicou, a companhia já está este Verão a operar 12% acima do Verão de 2019 em Lisboa em termos de capacidade, valores que passam para +50% no Porto e +60 no Funchal. A nível nacional, o crescimento foi de 20%.

Afirmando que ainda não tem ainda fechada a quota de mercado exacta que passa a deter com os 18 novos slots em Lisboa, José Lopes adiantou que actualmente detém 9% da oferta na Portela, mais dois pontos percentuais face a 2019. A nível nacional, diz, a companhia detém uma fatia de 13%, cabendo 29% à TAP e 19% à Ryanair, segundo dados da OAG.

Referindo que este vai ser “um Verão difícil” por causa dos constrangimentos que se estão a verificar no sector, desde os aeroportos às companhias áreas, explicou que os cancelamentos anunciados a nível do grupo Easyjet deverão afectar apenas oito voos em Portugal. Sobre o aeroporto de Lisboa, criticou ainda a falta de concretização dos investimentos planeados, e afirmou que, neste momento, “o maior problema é o SEF”, algo que, diz, se verifica também a nível nacional.

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