Depois da Alemanha, Rússia diminui fornecimento de gás a Itália e Áustria

Primeiro-ministro italiano Mario Draghi, de visita a Kiev, disse não acreditar na justificação de motivos técnicos dada pela estatal russa Gazprom.

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Mario Draghi em Kiev LUDOVIC MARIN/EPA

A italiana Eni disse esta quinta-feira que vai receber apenas 65% do volume de gás pedido à russa Gazprom, com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, a acusar Moscovo de usar o fornecimento de gás por motivos políticos.

Na véspera, o ministro alemão da Economia e Clima, Robert Habeck, que é também vice-chanceler, acusou Moscovo de ter motivações políticas para diminuir o fluxo de gás a passar pelo Nord Stream 1 com destino à Alemanha para apenas 40% do que seira expectável. A Gazprom diz que está a fazer obras de manutenção no gasoduto.

Draghi falou da questão durante uma visita que fez juntamente com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, a Kiev. “Tanto a Alemanha como nós achamos que estas [justificações] são mentira”, declarou Draghi. “Na realidade, estão a fazer uma utilização política do gás, tal como estão a fazer dos cereais.”

A Rússia está a bloquear a saída de cereais ucranianos de portos da Ucrânia, levando ao aumento de preço. O preço do gás também já subiu desde que a Gazprom anunciou, na terça-feira, que ia diminuir a quantidade de gás a chegar à Alemanha. Os preços no mercado grossista holandês, que serve de referência para a Europa, aumentaram cerca de 30% na tarde de quinta-feira, nota a agência Reuters.

A Gazprom disse ainda que havia uma hipótese de ter de parar por completo a passagem do gás pelo Nord Stream invocando problemas técnicos com as turbinas.

Também na Eslováquia, República Checa e Áustria, as empresas estatais de energia disseram que iriam receber menos gás russo do que o pedido.

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