Vagas para Medicina Interna são as mais numerosas no concurso para recém-especialistas
Diplomas que regulamentam novo concurso já foram publicados. No total estão abertas 1639 vagas.
Medicina Interna é a especialidade com mais vagas abertas para a contratação de novos médicos especialistas para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo o levantamento das necessidades estipulado num despacho publicado em Diário da República, nesta quinta-feira.
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou quarta-feira, em conferência de imprensa, que seriam abertas “cerca de 1600 vagas para contratar recém-especialistas”. O diploma que autoriza o Ministério da Saúde a avançar para esta contratação de “forma célere”, entretanto publicado em DR, abre 1639 vagas, das quais 1182 para os hospitais, 432 para médicos de família e 25 para a área de saúde pública.
Apesar de os últimos dias terem sido dominados pelo registo do fecho das urgências de ginecologia e obstetrícia, por falta de médicos, esta especialidade só aparece em quinto lugar na lista das necessidades hospitalares agora divulgada. Tem 61 vagas atribuídas. Com mais lugares a concurso surgem Medicina Interna (162), anestesiologia (86), psiquiatria (75) e pediatria (67).
No caso de Ginecologia e Obstetrícia, os estabelecimentos hospitalares com mais vagas (quatro cada) são o Hospital de Braga e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Já no que respeita a Medicina Interna, as maiores carências estão nos hospitais de Lisboa e Algarve.
Como já se adivinhava, por ser a região com mais falta de médicos de família, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo concentra quase metade (211) do total de vagas abertas (432) para especialistas de Medicina Geral e Familiar. Seguem-se-lhe o Norte (107) e o Centro (60).
A abertura deste concurso não significa que as 1639 vagas agora abertas para recém-especialistas venham a ser ocupadas, como têm demonstrado os últimos procedimentos de selecção. No último concurso para recém-especialistas, realizado no Verão do ano passado, ficaram por preencher 35% das 1073 vagas abertas. Pouco antes, também o concurso para contratar 450 médicos de famílias ficou com cerca de um terço dos lugares sem candidatos.
A ministra da Saúde vai reunir-se nesta tarde com representantes dos sindicatos médicos para discutir um projecto de diploma relativo à remuneração nos serviços de urgência, que prevê um aumento dos valores pagos aos médicos do quadro dos hospitais.
Segundo Marta Temido, a proposta que será apresentada “envolve a resolução de potenciais desigualdades geradas pelo recurso a tarefeiros e da limitação decorrente das tabelas salariais”. Os médicos que prestam serviço nas urgências através de empresas de trabalho temporário ganham, em média, cinco vezes mais por hora do que os clínicos com vínculo ao Estado.