Sindicatos da TAP não descartam “qualquer tipo de cenário” após ruptura nas negociações
Representantes dos trabalhadores afirmam que, numa reunião realizada ontem, “entendeu a comissão executiva da TAP colocar-se numa atitude de confronto, rompendo o processo de conversações que se vinham realizando, assumindo a partir desse momento todas as responsabilidades que daqui em diante possam advir”.
Os sindicatos ligados aos trabalhadores da TAP emitiram um comunicado conjunto no qual dão nota do fim das negociações com a administração da empresa que tinham vindo a decorrer e afirmam que, se nada mudar, “continuarão a trabalhar em conjunto, não descartando qualquer tipo de cenário”, deixando em aberto a hipótese de avançar para novas formas de luta.
De acordo como comunicado, assinado por 11 sindicatos, entre os quais está o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o Sindicato Nacional dos do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), depois das reuniões que se iniciaram a 26 de Maio, realizou-se ontem um novo encontro no qual “entendeu a comissão executiva da TAP colocar-se numa atitude de confronto, rompendo o processo de conversações que se vinham realizando, assumindo a partir desse momento todas as responsabilidades que daqui em diante possam advir”.
Os sindicatos signatários representantes da “esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP”, refere-se, decidiram reunir-se com a administração liderada por Christine Ourmières-Widener “com o objectivo de levar a efeito uma profunda reflexão sobre a situação da TAP, no que respeita à retoma da actividade e, sobretudo, avaliar o efeito que o plano de reestruturação, proposto pelo Governo e aprovado por Bruxelas, está a causar na companhia”.
“Após ida à Assembleia da República, reunião com o Governo e várias reuniões com a administração da TAP, não foi possível alcançar um entendimento que adapte as regras à realidade que já estamos a viver desde Abril de 2022 e que já apresentam valores operacionais semelhantes a 2019, isto é, valores operacionais pré-Covid”, refere-se no documento. Nos encontros em causa, os sindicatos dizem ter proposto “soluções que visavam uma maior estabilidade laboral mitigando um plano de reestruturação completamente desajustado à actual realidade”, sem especificar que soluções seriam estas e quais os seus efeitos em termos de custos e benefícios para a empresa.
No comunicado, enviado após uma reunião entre si, os 11 sindicatos alertam para o que dizem ser a “saída continuada de quadros técnicos especializados e consequente impacto operacional provocado pela falta de recursos humanos”, responsabilizam “a actual gestão pela degradação das condições de trabalho que já se fazem sentir” e referem, entre outros aspectos, o “recurso a terceiros de valências que sempre foram competência da TAP, aumentando exponencialmente os custos”.