Bruxelas promete resposta na “próxima semana” ao pedido de adesão da Ucrânia
Zelensky recebeu Von der Leyen e sublinhou que o povo ucraniano foi quem “deu uma enorme contribuição para a defesa das liberdades comuns” e que “a Rússia quer dividir e debilitar a Europa”. Apelou, novamente, à aceitação do estatuto de candidato à UE.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu este sábado, durante uma visita surpresa a Kiev, uma resposta na “próxima semana” ao pedido da Ucrânia para aderir à União Europeia. “Queremos apoiar a Ucrânia na sua jornada europeia”, disse Von der Leyen numa breve conferência de imprensa após o encontro com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"As discussões de hoje [sábado] vão permitir-nos finalizar a nossa avaliação até ao final da próxima semana”, acrescentou, sublinhando que as autoridades ucranianas tinham “feito muito” para uma candidatura, mas que ainda havia “muito a fazer”, nomeadamente na luta contra a corrupção.
Na mesma conferência de imprensa, Zelensky disse esperar “uma decisão lógica” da UE ao pedido e defendeu rapidez na resposta.
"Este é um momento decisivo não só para a Ucrânia, mas também para a União Europeia e todo o continente europeu; neste momento em que estamos a planear o futuro para uma Europa unificada, temos de ver se haverá um futuro; a Rússia quer dividir, debilitar a Europa, e estamos certos que a Ucrânia é apenas o primeiro país nos seus planos”, avisou Zelensky.
O Presidente ucraniano apelou, assim, à Comissão Europeia para apoiar o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia. “Uma resposta positiva da União Europeia ao pedido da Ucrânia será o esclarecimento necessário para se saber se esta intenção tem, efectivamente, algum futuro”, declarou Zelensky, aproveitando a segunda visita de Ursula von der Leyen à capital ucraniana.
Zelensky sublinhou ainda que o povo ucraniano foi quem “deu uma enorme contribuição para a defesa das liberdades comuns” e defendeu a necessidade da imposição de mais sanções à Rússia para além do sexto pacote aprovado esta semana. “Infelizmente a guerra continua, e por isto é necessário um sétimo pacote de sanções ainda mais poderoso”, argumentou o líder ucraniano, especificando que todos os bancos russos devem ser sancionados, sem excepções.
A líder da Comissão Europeia ainda não se encontrou com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, nesta visita a Kiev, a sua segunda desde o início da guerra, tendo a anterior tido lugar a 8 de Abril.
"Estou de volta a Kiev (...) Faremos um balanço do trabalho conjunto necessário para a reconstrução e dos progressos realizados pela Ucrânia no caminho para a Europa”, disse aos jornalistas, segundo a agência francesa de notícias AFP, que a acompanhou na visita.
���� Good to be back in Kyiv.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) June 11, 2022
With President @ZelenskyyUa I will take stock of the joint work needed for reconstruction and of the progress made by Ukraine on its European path.
Європа з вами! pic.twitter.com/JqtXvgamkV
A Ucrânia exige dos europeus um “compromisso jurídico” concreto até ao final de Junho para obter o estatuto de candidato oficial à entrada na UE, mas os 27 países ainda estão muito divididos sobre a questão nesta fase. Os representantes dos 27 Estados-membros deverão analisar a proposta de candidatura do país na próxima semana, antes da uma cimeira agendada para os dias 23 e 24 de Junho.
Enquanto muitos países, principalmente da Europa Oriental, apoiam a adesão da Ucrânia, alguns, como os Países Baixos e a Dinamarca, mas também a Alemanha e a França, que detém a presidência da UE até ao final de Junho, mostram algumas reservas, segundo a AFP.
Mesmo que seja concedido à Ucrânia o “estatuto de candidato”, isto irá lançar um processo de negociações e potenciais reformas que poderão levar anos, ou mesmo décadas, até que este país fique próximo de aderir à UE, têm notado vários líderes europeus, tentando assim enquadrar as esperanças de Kiev de que o processo seja acelerado.
Durante a sua visita anterior, Ursula von der Leyen tinha assegurado que a Ucrânia tinha um “futuro europeu”.