Que vinhos devemos escolher para as sardinhas dos santos populares?
Pouca extracção, acidez equilibrada, álcool moderado e nenhuma madeira: assim deve ser um tinto para acompanhar as sardinhas grelhadas, agora rainhas das festas dos santos populares. Um dos vinhos que melhor figura fez numa prova na Costa da Caparica veio de Santa Valha, Valpaços, e mete pelo meio um caso com a sopa das alheiras.
Por vezes é necessário enquadrar certas histórias na primeira pessoa. Hoje, dará jeito uma para percebermos a relação peculiar que existe entre sardinhas e vinho. Há uns anos, num qualquer sábado de Dezembro, participei num curso de análise sensorial de azeites, em Mirandela. Para tudo o que acontece em Mirandela um convidado deve apresentar-se ao serviço de véspera, digamos que para tomar pulso ao conjunto de temas relevantes da comunidade, que vão das intermináveis zangas entre os de Mirandela e os de Valpaços às trapalhadas dos políticos transmontanos em Lisboa, passando por mexericos locais de natureza variada. Tudo isto em ambiente de grande algazarra e brindes constantes por cada garrafa que se abre. Faltaria pouco tempo para o Sol nascer quando o meu amigo Alexandre Cunha - Alex para quem vive além do Marão - me perguntou se alguma vez tinha comido uma sopa das alheiras. Como a resposta foi negativa, o Alex, por volta do meio-dia, levou-me para a casa dos sogros, em Santa Valha (Valpaços), onde me esperava uma panela da tal sopa, preparada por Maria Augusta, a sogra, e pela mulher, a Xana.
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