Parlamento português aprova suspensão do grupo de amizade com a Rússia
PS admite retoma de relações, justificando que “a Rússia de Putin não será a Rússia do seu sucessor”.
Os deputados da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas aprovaram nesta terça-feira a suspensão por tempo indeterminado do Grupo Parlamentar de Amizade com a Rússia por causa da invasão à Ucrânia.
A suspensão das relações com os parlamentares da Rússia foi aprovada por unanimidade pelos deputados presentes. Os deputados do PCP, BE, PAN e Livre não estiveram presentes na reunião da comissão.
Durante a discussão, o deputado socialista Paulo Pisco defendeu que manter relações com a Assembleia Federal da Rússia em contexto de guerra iniciada pela Rússia “seria um péssimo sinal político” do parlamento de Portugal.
“O Grupo Parlamentar de Amizade com a Rússia na última legislatura esvaziou-se dos membros que o compunham e consideramos que neste contexto de sanções internacionais, em que há um isolamento da comunidade internacional, não tem qualquer justificação que seja constituído um Grupo Parlamentar de Amizade com a Rússia”, argumentou.
No entanto, o deputado do PS apontou para uma reversão desta decisão no pós-guerra: “A Rússia de Putin não será a Rússia do seu sucessor”.
Pelo PSD, Tiago Moreira de Sá sustentou que o partido era favorável à suspensão “por tempo indeterminado” das relações com os deputados russos, uma vez “há amigos que não se pode ter” em contexto de guerra.
Bernardo Blanco da IL interveio para dizer que a suspensão deve vigorar “enquanto não houver uma transição de poder e mudança de regime” na Rússia. O deputado do Chega Diogo Pacheco de Amorim também concordou com a decisão “até que a situação retome a normalidade desejável”.