Custos da construção nova sobem 14,3% em Abril
Preços de materiais como “os aços e os produtos cerâmicos” agravaram subida em Abril, enquanto o custo da mão-de-obra desacelerou.
A escalada dos custos de construção nova continuou em Abril estimando-se que tenham subido 14,3% face ao mesmo mês do ano passado e mais 2,7 pontos percentuais (p.p.) que o observado no mês anterior.
A razão da subida continua a ser “a aceleração da variação dos preços dos materiais”, assinalou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta terça-feira, que elabora o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN).
Assim apesar de ter abrandado o custo da mão-de-obra, aumentou o custo dos materiais, registando ambos “variações homólogas de 20,5% [mais 5,2 p.p. face a Março] e de 5,8% [mais 0,6 p.p.]”.
Num momento em que o país enfrenta uma subida generalizada de preços – a inflação chegou aos 8% em Maio, o valor mais alto dos últimos 29 anos, impulsionada principalmente pela energia e produtos alimentares – os preços dos materiais para construção são outro factor de pressão sobre a actividade económica.
O movimento de subida do índice que mede o custo de construção residencial já vem desde o final do ano passado e tornou-se ainda mais evidente em Fevereiro, mês em que se iniciou a guerra da Rússia contra a Ucrânia. A taxa de variação mensal do ICCHN foi de 3,3% em Abril.
“Entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estão os aços e os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos acima dos 60%”, detalha o INE. A estes juntam-se o “gasóleo, as obras de carpintaria e os aglomerados e ladrilhos de cortiça”, que registaram variações homólogas superiores a 30%.