A subida dos rebanhos à serra da Estrela volta a ser uma Festa da Transumância
Festa da Transumância e dos Pastores regressa a Seia, depois de um interregno de dois anos provocado pela pandemia. Subida dos rebanhos à serra da Estrela é celebrada com comida, convívio e animação.
A Festa da Transumância e dos Pastores está de volta a Seia no dia 9 de Julho, após dois anos de interregno devido à pandemia de covid-19, para reavivar “a tradição ancestral associada à deslocação sazonal de rebanhos na serra da Estrela”.
“Não se trata de uma recriação, mas sim de uma concertação de vontades, em que a prática solitária de outrora dá lugar à partilha de experiências, entre pastores e turistas, visitantes e residentes”, sublinha a autarquia. O principal objectivo, acrescenta-se, é “preservar e dignificar este ofício”, “ainda tão enraizado na comunidade pastoril do território”. Para quem chega de fora, é “uma oportunidade para vivenciar o pastoreio por um dia”, acompanhando a subida dos rebanhos à serra.
A tradição ancestral tem início com um ritual de fé, a 19 de Junho. “Os pastores oriundos de várias aldeias do concelho de Seia, acompanhados dos rebanhos (cabras e ovelhas serra da Estrela), devidamente ornamentados com os maiores e melhores chocalhos, cabeçadas e borlas feitas de lã de ovelha, desfilam à vez, à volta da capela de São João, na aldeia da Folgosa da Madalena, em busca de bênção para mais uma transumância”, detalha a autarquia em comunicado.
A subida às pastagens de Verão, em zonas mais elevadas da serra da Estrela, acontece duas semanas depois, a 9 de Julho, e o público pode voltar a acompanhar os pastores e os rebanhos ao longo dos cerca de 11 quilómetros de percurso neste regresso da Festa da Transumância e dos Pastores.
“O gado (mais de 1000 cabeças), proveniente das terras chãs (Santa Comba, Folgosa, Maceira, São Martinho, Paranhos e Pinhanços), concentrar-se-á no largo da câmara, às 7h30, e atravessará a zona histórica da cidade em direcção à montanha, percorrendo caminhos que há séculos conduzem pastores e rebanhos à Aldeia de Montanha do Sabugueiro”. Alguns dos rebanhos seguem depois para as pastagens de altitude, “onde vão pernoitar e passar os meses seguintes, até ao São Miguel”, acrescenta a autarquia.
Na noite anterior, a Praça do Município recebe, em antecipação do evento, a peça Mentira a Quanto Obrigas, do Teatro Montemuro. A 9 de Julho, a subida do gado à serra vai sendo celebrada ao longo do caminho com momentos de convívio e animação.
Às 10h, pausa para degustar a típica “merenda do alforge” na aldeia de montanha de Póvoa Velha, com animação proporcionada pela Orquestra de Foles e pela performance Pastores das Invernadas, pelo Teatro Montemuro. O almoço com os pastores na ermida da Senhora do Espinheiro está previsto para as 13h, com “pausa para sesta e convívio” e animação da orquestra, concerto acústico com Julieta Silva, performance do Teatro Montemuro e libertação de uma ave selvagem recuperada pelo CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens). A chegada dos rebanhos à aldeia de montanha do Sabugueiro é celebrada com animação do grupo Gaitas Sirigaitas.
As inscrições para participar na iniciativa podem ser feitas no site da autarquia. O evento, que integra igualmente o projecto intermunicipal Terras da Transumância, é promovido em parceria com a Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), em articulação com os pastores locais.