Resultados preliminares da nova autópsia de Rendeiro excluem indícios de crime
Os resultados preliminares confirmam a primeira autópsia feita ao corpo do fundador do BPP, que indicava suicídio como causa da morte. Segundo a advogada da família do ex-banqueiro, havia “vários indícios” de que se tratava de um crime.
Os resultados preliminares da autópsia ao corpo de João Rendeiro não confirmam as suspeitas da família do fundador do Banco Privado Português, que suspeitava do envolvimento de terceiros na sua morte.
Ainda estão por realizar exames complementares – nomeadamente toxicológicos - que irão definir com mais certezas aquilo que levou à morte do ex-banqueiro. No entanto, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) confirmou ao Expresso que os resultados não apontam para um acto criminoso, confirmando a tese inicial, que apontava para suicídio.
Ao jornal, Inês Montalvo, advogada de Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-dono do BPP, disse unicamente que vai “aguardar pelo relatório da autópsia”.
João Rendeiro estava detido em Durban, na África do Sul, desde Dezembro de 2021 e foi encontrado morto a 13 de Maio deste ano. A primeira autópsia, realizada ainda na África do Sul, não apresentou quaisquer sinais de crime, segundo as autoridades sul-africanas.
No entanto, dias depois da sua realização, a advogada afirmou: “Há vários indícios de que se tratou de um crime”, pelo que a família “pretende esclarecer se a morte resultou” efectivamente, do envolvimento de terceiros.
Na passada quarta-feira, a família de Rendeiro pediu ao INMLCF para fazer uma nova autópsia ao corpo do ex-banqueiro, que chegou na sexta-feira de manhã à capital.
De acordo com as autoridades prisionais sul-africanas, a morte de Rendeiro tratou-se de um suicídio. “Rendeiro estava numa cela única quando se enforcou. [A morte] Foi depois de ser trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
À agência, a advogada tinha dito que a família não tinha sido informada oficialmente sobre a realização da primeira autópsia nem dos resultados, pelo que considerava a autópsia feita em Portugal como sendo a primeira.