Viagem inaugural do Caminho Marítimo de Santiago: centenas de amigos em cada porto. E até o vento tem ajudado à festa

Grupo de embarcações liderado pela caravela Vera Cruz largou, na manhã desta segunda-feira, de Ílhavo. Pela frente, têm mais 150 milhas para navegar, com paragem em vários portos nacionais e galegos.

NEG - 06 JUNHO 2022 - CAMINHO MARITIMO PARA SANTIAGO DE COMPOSTELA - AVEIRO - NAU QUINHENTISTA SANTA MARIA
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Viagem inaugural do Caminho Marítimo de Santiago une Vila Real de Santo António a Compostela Nelson Garrido
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Grupo de embarcações liderado pela caravela Vera Cruz largou, na manhã desta segunda-feira, de Ílhavo Nelson Garrido
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Viagem arrancou a 28 de Maio, em Vila Real de Santo António Nelson Garrido
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Pela frente, têm mais 150 milhas para navegar, com paragem em vários portos nacionais e galegos Nelson Garrido
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“Temos sido recebidos de forma muito calorosa nos portos por onde temos passado”, avaliava António José Correia, da Fórum Oceano - Associação de Economia do Mar Nelson Garrido
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A par com a caravela, seguem 17 barcos de cruzeiro Nelson Garrido
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Esta viagem de cerca de 500 milhas náuticas tem a sua conclusão prevista para o próximo dia 13, com a chegada a Santiago de Compostela - a última etapa, de cerca de 20 quilómetros, terá de ser feita a caminhar Nelson Garrido
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O objectivo passa, depois, por certificar o percurso e dinamizar este novo produto turístico Nelson Garrido

Para quem assistia à forma serena com que a caravela Vera Cruz se fez ao mar, ao início da manhã desta segunda-feira, seria difícil de imaginar que, no dia anterior, aquela embarcação tinha vivido horas de grande azáfama. Recebeu a visita de mais de 1100 pessoas na sua curta estadia no município de Ílhavo, um dos pontos de passagem da viagem inaugural do Caminho Marítimo de Santiago, iniciada a 28 de Maio, em Vila Real de Santo António. “Temos sido recebidos de forma muito calorosa nos portos por onde temos passado”, avaliava António José Correia, da Fórum Oceano - Associação de Economia do Mar, poucas horas antes de se voltar a fazer ao mar. A par com a caravela, seguem 17 barcos de cruzeiro, que têm ainda pela frente mais 150 milhas náuticas para navegar, com paragem em Leixões, Viana do Castelo, Baiona, Vilagarcia de Arousa e Padron (estes últimos na Galiza).

Para trás ficaram já, além de Vila Real de Santo António, Vilamoura, Lagos, Sines, Cascais, Peniche e a região de Aveiro. “A forma como os municípios e as estações náuticas aderiram a este projecto tem sido surpreendente, recebendo as embarcações e os tripulantes de forma extraordinária”, fez questão de destacar António José Correia. E se em terra a viagem tem sido marcada por vários momentos de festa, no mar a experiência também tem corrido de feição. Palavra de quem está habituado a cruzar mares e oceanos. “É quase raro conseguir subir esta nossa costa com vento sudoeste”, reparava José Inácio Costa Lopes, comandante da caravela Vera Cruz, à Fugas.

A embarcação pertencente à Aporvela (Associação Portuguesa de Treino de Vela) tem sido a “estrela” deste cruzeiro teste do Caminho Marítimo de Santiago, recebendo centenas de visitantes pelos portos por onde vai passando. “É uma embarcação que representa um período importante da história portuguesa”, frisou o comandante desta que é uma réplica exacta das antigas caravelas portuguesas - foi construída no ano 2000, no estaleiro naval de Vila do Conde, no âmbito da comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Ainda que esteja habituada a merecer a atenção do público, esta embarcação destinada a possibilitar o treino de vela e mar entrou nesta missão com um sentido muito particular. “Este projecto do Caminho Marítimo de Santiago toca as pessoas de forma especial”, notou o comandante.

Rumo à certificação do caminho marítimo

Esta viagem de cerca de 500 milhas náuticas tem a sua conclusão prevista para o próximo dia 13, com a chegada a Santiago de Compostela - a última etapa, de cerca de 20 quilómetros, terá de ser feita a caminhar. O objectivo passa, depois, por certificar o percurso e dinamizar este novo produto turístico. Apesar de este cruzeiro inaugural ainda ter mais uns quantos dias pela frente, António José Correia não tem dúvidas de que “o Caminho Marítimo de Santiago tem tudo para ser um sucesso e um produto de referência”, no quadro dos caminhos portugueses.

A proposta, surgida no âmbito de um desafio lançado pela UpStream Portugal – Valorização do Território à Fórum Oceano, pretende recriar, na costa portuguesa, a viagem da Barca de Pedra que, segundo reza a lenda, transportou o corpo do santo peregrino desde Jaffa, na Palestina, até Campus Stella (Compostela), na Galiza - a partir de alguns indicadores históricos e geográficos, foram identificados os possíveis portos de passagem da barca ao longo da costa portuguesa.

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