Cavaco tem ressentimento perante o país, diz Ana Catarina Mendes

Ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares não considera que antigo Presidentre da República lidere a oposição ao executivo.

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Ana Catarina Mendes, ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Em duas respostas, a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, comentou o texto do ex-Presidente da República no Observador e a sua entrevista à CNN Portugal. A governante acusa Cavaco Silva de ressentimento e azedume.

“Acho que o ex-Presidente da República fala sempre com um sentimento de azedume e ressentimento perante o país. Eu tenho muita esperança no país que temos”, contrapõe Catarina Mendes.

Sobre se as opiniões de Cavaco o tornam líder da oposição ao Governo de maioria absoluta de António Costa, a ministra é peremptória. “Não é um artigo ou outro a espaços que faz a oposição”, diz a ministra em entrevista ao JN e à TSF neste domingo.

“O que é preciso é uma oposição forte que demonstre o que quer para o país”, sublinha. “E não é isso que o professor Cavaco Silva faz. O professor Cavaco Silva não diz o que quer para o país, limita-se a dizer que está tudo mal”, comenta.

Ana Catarina Mendes considera que Cavaco evidencia algum despeito pela maioria absoluta dos socialistas e garante que o objectivo do executivo é continuar a trabalhar para os portugueses.

Quando questionada sobre as opiniões do antigo Presidente da República e ex-primeiro-ministro, a governante revela uma curiosidade do que a trouxe para a política. “Filiei-me no Partido Socialista porque tinha uma opinião crítica das políticas de Cavaco Silva e não me esqueço do professor Cavaco Silva”, afirma.

“Só posso interpretar como faz falta uma oposição forte em Portugal, ou estará com saudadas da política, ou não consigo perceber”, conclui.

Sobre a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, Ana Catarina Mendes situa o documento na situação internacional suscitada pela invasão russa da Ucrânia e suas repercussões económicas. “Por isso tivemos de adaptar em algumas coisas face ao contexto geopolítico (…) isso significou uma abertura para para negociar e dialogar com todos os partidos que quisessem melhorar o Orçamento de Estado”, assinalou.

Já quanto a uma hipotética reedição das pontes com o PCP e o Bloco de Esquerda que permitiram a solução governativa entre 2015 e 2019, foi cauta: “Nós não podemos esquecer o passado recente com o PCP e com o Bloco de Esquerda.” “Não foi o PS que decidiu quebrar o acordo que tínhamos iniciado”, recordou.

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