Só a teenager Gauff poderá travar Swiatek
As duas vão protagonizar a mais jovem final feminina de Roland Garros deste século.
Iga Swiatek ainda se lembra de quando tinha problemas de concentração durante os encontros. “Só conseguia estar focada durante 40 minutos e, de repente, a minha cabeça era como a de um pombo. Olhava para todo o lado menos para onde devia olhar”, contou numa entrevista já este ano. Os progressos têm sido visíveis e, nas meias-finais do Torneio de Roland Garros, ficaram bem demonstrados: a polaca derrotou Daria Kasatkina, 20.ª no ranking, em apenas 64 minutos e confirmou o esperado lugar na final de sábado.
“Estou bem mais satisfeita pela minha exibição do que no encontro anterior. Penso que o meu nível de jogo está a tornar-se cada vez mais sólido. Consigo mesmo soltar-me quanto tenho vantagem e faço um break. Tenho a impressão que estou melhor a cada encontro que faço”, afirmou Swiatek, que aumentou para 34 o número de encontros consecutivos sem perder – a segunda maior sequência no ténis feminino neste século. A polaca de 20 anos vai disputar a sua segunda final do Grand Slam, depois de ter conquistado o título em Roland Garros, em 2020.
Essa foi a primeiro de oito finais consecutivas que Swiatek venceu – só perdeu a primeira que disputou, em 2019 –, das quais cinco este ano. “Estar na final é uma coisa excelente, sobretudo porque não sabia como é que ia jogar aqui, depois de todos esses torneios. É evidente que esta série de vitórias vai parar. Só queria ver como é que o meu jogo se ia desenvolver, encontro após encontro. Isso deu-me muita esperança e estou muito orgulhosa de mim”, explicou.
A actual invencibilidade e maior experiência fazem da polaca a favorita diante da estreante Coco Gauff, de 18 anos e a mais nova finalista em torneios do Grand Slam desde Maria Sharapova em 2004 (em Wimbledon). Curiosamente, as duas estiveram a um ponto de se defrontarem em Paris, na final júnior de 2018, mas Swiatek não aproveitou o match-point de que dispôs na meia-final e Gauff acabaria por sagrar-se campeã.
“Estou contente por defrontá-la especificamente, porque sempre quis jogar com ela numa final e sabia que isso iria eventualmente acontecer. Só não pensei que fosse tão cedo”, contou Gauff (23.ª) que, na meia-final, ultrapassou a italiana Martina Trevisan (59.ª), por 6-3, 6-1, em menos de hora e meia, e continua sem ceder um set.
“Estou um pouco em choque neste momento. Sim, é uma final do Grand Slam mas há tantas coisas a acontecer no mundo, em especial nos EUA… não é importante ficar ‘stressada’ com um encontro de ténis”, afirmou a mais jovem finalista em Roland-Garros desde Kim Clijsters em 2001. E antes de sair do court, Gauff escreveu: “Peace End gun violence”
Esta sexta-feira, serão conhecidos os finalistas masculinos. Na primeira meia-final (não antes das 13h45 em Portugal), Rafael Nadal (5.º) defronta Alexander Zverev (3.º) e, logo a seguir, Marin Cilic (23.º) enfrenta Casper Ruud (8.º) – que, na noite de quarta-feira, venceu o dinamarquês Holger Rune (40.º), por 6-1, 4-6, 7-6 (7/2) e 6-3.
O duelo escandinavo de três horas e 15 minutos terminou com um aperto de mão frio entre ambos e, mais tarde soube-se que Rune, de 19 anos, acusou o norueguês de comportamento antidesportivo, ao provocá-lo durante o encontro e, depois, nos balneários.