Restauro dos Tectos Mudéjares da Sé do Funchal vence Prémio de Património Vilalva
De acordo com um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian, que atribui o prémio de 50 mil euros, o júri destacou não só a “exemplaridade da intervenção”, mas também a “relevância patrimonial, artística e social” do projecto.
O projecto de Conservação e Restauro dos Tectos Mudéjares da Sé do Funchal, na Madeira, venceu o Prémio Gulbenkian Património - Maria Tereza e Vasco Vilalva, pela “exemplaridade da intervenção”, que “prolonga a arte mudéjar no tempo”, foi esta terça-feira anunciado.
De acordo com um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian, que atribui o prémio de 50 mil euros, o júri destacou não só a “exemplaridade da intervenção”, mas também a “relevância patrimonial, artística e social” do projecto.
“O trabalho de conservação e restauro efectuado no âmbito desta recuperação prolonga a arte mudéjar no tempo”, acrescentou o júri, que distinguiu por unanimidade esta candidatura, de entre 19 submetidas.
A arte mudéjar da ilha da Madeira inscreve-se numa tradição que mergulha as suas raízes na arte islâmica andaluz e que teve ampla difusão peninsular, referiu a Gulbenkian, acrescentando que “a sofisticação das laçarias em madeira”, tipicamente mudéjar, “está representada em todo o seu esplendor nesta intervenção”.
O projecto de recuperação abrangeu uma área de cerca de 1.500 metros quadrados, no qual colaboraram 36 especialistas de várias nacionalidades, cujo trabalho conjunto possibilitou não só a descodificação do “modus operandi” dos artesãos, como também o estudo dos materiais e a adequada forma de os recuperar.
O júri do prémio, constituído por António Lamas, Raquel Henriques da Silva, Gonçalo Byrne, Luís Ribeiro, Santiago Macias e Rui Vieira Nery, deliberou ainda, por unanimidade, atribuir duas menções honrosas.
A primeira menção honrosa foi para a reabilitação estrutural e restauro da Igreja da Misericórdia de Coruche, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Coruche, proposta pela Conservation Practice - Consultoria em Património Histórico.
A segunda foi atribuída à recuperação da Moradia Marques da Silva, localizada na Rua Álvares Cabral, nº 103, no Porto, proposta pelo ateliê Franca Arquitectura.
O Prémio Gulbenkian Património - Maria Tereza e Vasco Vilalva foi criado em 2007 e distingue anualmente um projecto de excelência na área da conservação, recuperação, valorização ou divulgação do património cultural português, imóvel ou móvel.