Brasileiros Bala Desejo numa digressão-relâmpago esta semana em Portugal

A caminho de Barcelona e do Primavera Sound, os novíssimos Bala Desejo actuam esta semana também em Lisboa, Porto e Coimbra. O primeiro concerto é já esta terça-feira, no Music Box.

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Julia Mestre, Dora Morelenbaum, Lucas Nunes e Zé Ibarra: os Bala Desejo LECO MOURA

O Brasil tem uma boa tradição de grupos assim, nascidos do cruzamento de várias escolas e vozes (Doces Bárbaros, Novos Baianos, Tribalistas) e os Bala Desejo lembram um pouco tudo isso, mas com a verve das novas gerações. Com um primeiro álbum gravado em 2021 e lançado em 2022, e depois de várias apresentações no Brasil, rumaram à Europa, onde vão tocar no Primavera Sound, em Barcelona, e também em Madrid. De caminho apresentam-se em Portugal, em três concertos consecutivos. O primeiro é já esta terça-feira, 31, no Music Box, em Lisboa (22h), seguindo-se o festival M.Ou.Co, no Porto (dia 1 de Junho, 21h30) e o Salão Brazil, em Coimbra (dia 2, 21h30).

Amigos de longa data, desde a escola, os componentes dos Bala Desejo vêm da cena indie carioca e juntaram-se durante a pandemia, num período em que a covid-19 impunha o recolhimento. Essa proximidade, que os levou a morarem juntos no Rio de Janeiro durante tal período, levou-os à criação do grupo e também a um disco, Sim, Sim, Sim, o seu álbum de estreia, com anúncio oficial (segundo Mauro Ferreira escreveu no seu blogue) no dia 23 de Novembro de 2021. Foi assim que Julia Mestre (já com carreira a solo), Dora Morelenbaum (filha do conhecido violoncelista Jaques Morelembaum), Lucas Nunes (guitarrista da banda Dônica, produtor do mais recente álbum de Caetano Veloso, Meu Coco) e Zé Ibarra (também da Dônica, vocalista, pianista e compositor) se juntaram, criando um álbum que mesmo na edição digital se divide em lado A e lado B, como os vinis de longa duração. No lado A, Sim, Sim, Sim tem sete canções (Embala pra viagem, Baile de máscaras (recarnaval), Lua comanche, Clama floresta, Dourado dourado, Nesse sofá e Nana del caballo grande) e no lado B outras seis (Chupeta, Lamba lambe, Passarinha, Sim sim sim, Muito só e Cronofagia (o peixe)). É com este material que se apresentam agora ao público português.

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Capa de Sim Sim Sim e os Bala Desejo hoje LECO MOURA

No comunicado que anuncia estes três concertos, explica Zé Ibarra: “A gente sempre sentiu que o som do Bala era um som além-fronteiras. Desde o início, a gente queria, acima de tudo, que a matéria musical, por ser muito eclética, falasse por si só porque a música comunica. O Bala tem essa coisa meio aberta, meio World Music e agora que essa expansão vai acontecer, a gente está muito feliz e com a faca nos dentes pra fazer a coisa mais bonita que pudermos.”

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